Os investimentos estrangeiros diretos deverão atingir o nível que tinham antes da crise, e chegar este ano a um montante de 1,4 trilhão a 1,6 trilhão de dólares, apesar de a crise da dívida nos países ricos poder afetar a retomada, advertiu a ONU nesta terça-feira.
Em seu relatório anual, a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) destaca que “a retomada dos investimentos estrangeiros diretos (IED) continuará em 2011 e chegará a um total de cerca de 1,4 trilhão a 1,6 trilhão de dólares (967 bilhões a 1,1 trilhão de euros), voltando assim à média de antes da crise”.
“Posteriormente, os fluxos deverão ser elevados para até 1,7 trilhão de dólares em 2012 e 1,9 trilhão de dólares em 2013”, diz o relatório.
No entanto, essa previsão poderá ser diminuída pela crise da dívida nos países desenvolvidos e por fenômenos de reaquecimento da economia nos países emergentes.
“Se houver uma recessão com um índice de duas cifras, haverá graves consequências sobre a economia mundial”, comentou James Zhang, responsável pela Unctad, durante encontro com a imprensa.
Mas se os indicadores econômicos frágeis podem criar obstáculos para os investimentos, também podem criar oportunidades, segundo Zhang.
“Se os governos se encontram fortemente endividados, uma solução seria vender ativos do Estado [privatização]. Isso pode gerar oportunidades para que as empresas transnacionais possam investir e adquirir esses ativos”, destacou.
Por outro lado, Zhang indicou que alguns governos que injetaram fundos em empresas poderão também “acelerar sua saída dessas empresas” nos próximos anos.
Completou que “as empresas têm um nível recorde de liquidez, que alcança quase 5 trilhões de dólares, um recorde histórico, e inclusive duas vezes mais elevado que o nível que tinham antes da crise”, destacou Zhang.
Globalmente, os Estados Unidos continuam sendo o maior país investidor estrangeiro, ao mesmo tempo em que foram o maior receptor de fluxos de investimento em 2010. A Alemanha foi o segundo maior investidor, seguido da França.
A China é a segunda maior beneficiária dos aportes, seguida por Hong Kong.