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Intrigas políticas se acirram: Haddad e Lula miram suas armas no BC

Ministro da Fazenda criticou decisão do Banco Central e presidente pediu que o Senado questione ações de Campos Neto

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jun 2023, 19h03 - Publicado em 22 jun 2023, 18h08

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), descrevendo-o como extremamente negativo. Em uma entrevista coletiva em Paris, capital da França, onde estava participando de reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Haddad expressou sua falta de compreensão em relação ao comunicado e afirmou que o Banco Central está criando ‘problemas futuros’, como ‘inflação futura ou aumento da carga tributária futura’.

O presidente Lula também criticou, mais uma vez, a decisão do BC, acusando o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, de agir contra os interesses econômicos do Brasil. Ele pediu que o Senado, que tem autoridade para endossar uma mudança na liderança da autarquia, questione as ações de Campos Neto. 

Haddad mencionou que este é o quarto comunicado ‘muito ruim’ desde o início do ano e que, embora o BC possa corrigir sua mensagem na ata do Copom, ‘isso não alivia a situação’. Ele ressaltou o ‘descompasso’ entre a situação atual do Brasil, o surpreendente crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, a queda da inflação, e a desvalorização do dólar ‘é claro sinal de que poderíamos sinalizar’ redução da taxa Selic.

Segundo o ministro, a taxa de juros real deve estar em torno de 8% ao ano, o que afeta negativamente o Ibovespa, o setor varejista e as contas públicas. A taxa de juros real está ainda maior, em 10,1%, segundo cálculos da Economatica. Ele também criticou o peso excessivo dado pelo Banco Central às projeções de inflação do mercado coletadas através do Boletim Focus, argumentando que essas projeções têm se mostrado incorretas nos últimos seis meses. No entanto, o Focus, pesquisa semanal realizada por agentes financeiros, tem demonstrado queda na inflação pela quinta semana consecutiva. As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pelo Boletim Focus recuaram e encontram-se em torno de 5,1% e 4,0%, respectivamente. No ano, o IPCA acumula alta de 2,95% e 3,94% nos últimos 12 meses, o menor índice desde outubro de 2020. O ministro ainda observou que o comunicado do Copom já teve reflexos negativos, com o aumento das taxas de juros e a queda da bolsa. O Ibovespa encerrou o dia em queda de 1,17%, porém, conseguiu manter-se em 119 mil pontos.

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