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Inflação fica em 4,62% e evita estouro da meta pela 1ª vez desde 2020

Preço dos alimentos ajudou a segurar o índice ao longo do ano; supersafra agrícola reduziu o preço da alimentação fora de casa e contribuiu para o resultado

Por Larissa Quintino Atualizado em 11 jan 2024, 09h16 - Publicado em 11 jan 2024, 09h11

A inflação oficial do Brasil fechou o ano de 2023 em 4,62%, dentro do intervalo da meta da inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,75% e 4,75%. O cumprimento da meta não acontecia desde 2020 — no primeiro ano da pandemia de Covid-19 . Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice mostra desaceleração em relação a 2022, quando fechou o ano em 5,79% e veio melhor que as estimativas do início do ano passado. A supersafra agrícola desempenhou um papel importante na redução dos índices inflacionários dos alimentos. 

Al da política monetária restritiva — com taxas de juros que permaneceram em 13,75%  por mais da metade do ano antes de começar a processo de redução — também tem papel fundamental no desempenho da inflação. Os juros exercerem uma pressão sobre o poder de consumo, atuaram como um mecanismo de moderação para a economia, promovendo a desaceleração inflacionária. A taxa Selic hoje está em 11,75%. Para este ano, o mercado projeta a inflação em 3,9%, dentro do limite do teto, que vai até 4,5%, mas acima do centro da meta, de 3%.

O Boletim Focus de janeiro passado projetava uma inflação fechada de 5,31%, reflexo do histórico inflacionário do país e das incertezas relacionadas à condução econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro ano de seu terceiro mandato. Entretanto, a atmosfera de instabilidade inicial transformou-se após envio do projeto — e posterior aprovação — do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária.

Comportamento dos preços

Segundo o IBGE, o maior impacto na inflação do ano veio do grupo Transportes (7,14%), com a alta acumulada da gasolina (12,09%). Esse combustível tem o maior peso entre os subitens pesquisados no IPCA e, no ano, exerceu a maior contribuição individual (0,56 p.p.) para o resultado geral. “A gasolina teve o impacto da reoneração dos tributos federais e das alterações nas cobranças do ICMS”, destaca André Almeida, gerente do IPCA.

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Outras altas relevantes no grupo foram do emplacamento e licença (21,22%) e das passagens aéreas (47,24%). Já os preços dos automóveis novos (2,37%) desaceleraram em relação a 2022 (8,19%), enquanto os dos usados recuaram 4,80%. “Como os preços dos automóveis subiram em 2022, o IPVA refletiu essa alta no ano seguinte”, explica.

O grupo de Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano. O resultado se deve à queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,52%), com a deflação do óleo de soja (-28,00%) do frango em pedaços (-10,12%) e das carnes (-9,37%). Outros grupos de destaque no acumulado do ano foram Saúde e cuidados pessoais (6,58%) e Habitação (5,06%).

“O grupo de produtos alimentícios ficou abaixo do resultado geral e ajudou a segurar o índice de 2023. Houve quatro quedas seguidas no meio de ano, o que contribuiu para esse resultado. A queda na alimentação no domicílio reflete as safras boas e a redução nos preços das principais commodities no mercado internacional, como a soja e o milho”, analisa o gerente da pesquisa.

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