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Inflação desacelera para 0,16% em março, resultado melhor que o esperado

IPCA acumulado em 12 meses cai a 3,93%, abaixo do teto da meta, de 4,5% para este ano; desaceleração de alimentos e da gasolina influenciou o resultado

Por Larissa Quintino Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 13h24 - Publicado em 10 abr 2024, 09h14

A inflação oficial do Brasil em março ficou em 0,16%, uma desaceleração em relação ao 0,83% marcado em fevereiro. O resultado do mês é a menor variação mensal desde julho de 2023, quando o indicador marcou 0,12%, e é diretamente influenciado pela desaceleração nos preços de alimentos e também nos transportes.

O IPCA acumulado nos últimos 12 meses está em 3,93%, acima da meta de 3% determinada pelo Conselho Monetário Nacional, mas abaixo da margem de tolerância, que vai até 4,5%.  

Os dados de março vieram abaixo da estimativa do mercado financeiro, que era de 0,25% para o mês. O arrefecimento da inflação, à primeira vista, é uma boa notícia para a política monetária. O processo de desinflação vem mais lento desde o fim do ano passado e os dados dos últimos meses aumentaram as incertezas em relação aos próximos passos do Banco Central. A autoridade monetária monitora os números de perto, já que o mercado de trabalho segue aquecido, e isso tende a pressionar os preços.

Segundo o IBGE, dos nove grupos pesquisados, seis tiveram alta na passagem de fevereiro para março. Entretanto, grupamentos com peso importante no IPCA, como alimentação e bebidas e transportes, apresentaram desaceleração na passagem do mês. “Essa desaceleração na inflação também é explicada pelo fato de que, em fevereiro, os preços da educação tiveram alta significativa por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, o que não aconteceu em março”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida, citando o grupo, que saiu de alta de 4,98% para 0,14%.

O grupamento de alimentação e bebidas, que tem maior peso no índice, registrou o maior impacto (0,11 p.p.) e a maior variação (0,53%), mas também em movimento de menor alta, abaixo da que havia sido registrada em fevereiro (0,95%). “Problemas relacionados às questões climáticas fizeram os preços dos alimentos, em geral, aumentarem nos últimos meses. Em março, os preços seguem subindo, mas com menos intensidade”, aponta o pesquisador.

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A alimentação no domicílio desacelerou de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março. No entanto, alguns itens de primeira necessidade na mesa do brasileiro subiram. Destaques para as alta da cebola (14,34%), do tomate (9,85%), do ovo de galinha (4,59%), das frutas (3,75%) e do leite longa vida (2,63%). “O caso do ovo de galinha tem uma explicação própria: tratou-se de um período em que uma parcela da população faz a opção de não comer carne por questões religiosas, aumentando a demanda dessa proteína”, ressalta Almeida.

O grupo transportes inverteu o sinal e passou da alta de 0,72% em fevereiro para uma deflação de 0,33% em março. Assim como no segundo semestre do ano passado, o preço das passagens aéreas pesou no resultado. A queda de preços da gasolina também pesou no resultado: o combustível saiu de 2,93% em fevereiro para 0,21% em março. Entre os combustíveis, além da gasolina, o etanol também teve alta, de 0,55%. Já gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%) registraram recuo nos preços,

Em habitação, a alta de 0,19% teve a energia elétrica como destaque, com preços 0,12% mais altos, influenciada por reajustes de 3,84%, a partir de 15 de março e de 2,76%, a partir de 19 de março, aplicados nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro.  Os reajustes de água e esgoto também ajudaram na alta do grupo.

O grupo de despesas pessoais acelerou de 0,05% para 0,33% na passagem de fevereiro para março, com influência do item cinema, teatro e concertos, que teve alta de 5,14% e impacto de 0,02 p.p. no IPCA do mês. “Na última semana de fevereiro, após o Carnaval, houve uma campanha para ingressos com valores promocionais para o cinema. Isso acabou impactando no índice daquele mês, ocorrendo, agora em março, uma devolução ao patamar regular”, explica o pesquisador.

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