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Inflação desacelera, mas especialistas apontam desafios para corte de juros

Economistas alertam que núcleos da inflação continuam elevados, mantendo os desafios para o Banco Central

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 Maio 2025, 10h34 - Publicado em 27 Maio 2025, 10h19

O IPCA-15 de maio registrou uma variação de 0,36%, abaixo da expectativa de 0,44%, e desacelerou em relação ao mês anterior (0,43%). No acumulado de 12 meses, o índice passou de 5,49% para 5,40%, ainda acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3%, com limite de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima.

Embora o número divulgado na manhã desta terça-feira, 27, pelo IBGE tenha sido melhor do que o esperado, a inflação segue com desafios para o controle, principalmente com os núcleos ainda elevados, impactando diretamente as decisões sobre a taxa de juros, atualmente em 14,75%.

É o que Igor Cadilhac, economista do PicPay, destaca. “O IPCA-15 de maio avançou 0,36%, abaixo da expectativa do mercado, que era de 0,44%. No acumulado em 12 meses, após um bom período de alta, a inflação desacelerou de 5,49% para 5,40%. Qualitativamente, o resultado foi melhor do que o esperado, mas os desafios permanecem. Apesar da estabilidade na margem, as principais métricas de núcleo seguem elevadas, girando em torno de 6% — considerando a média dos últimos três meses, em termos anualizados e dessazonalizados.”

Segundo Cadilhac, a desaceleração no grupo Alimentação (de 1,14% para 0,39%) foi um alívio, mas as pressões continuam nos núcleos, principalmente no setor de serviços e medicamentos, que devem continuar influenciando os próximos dados de inflação. “Nossa projeção para a inflação em 2025 é de 5,6%. Apesar de reconhecermos uma melhora no balanço de riscos, seguimos vendo uma assimetria altista”, afirma.

O economista André Perfeito também observa a estabilidade dos núcleos: “Interessante notar que os núcleos do indicador estão mais comportados, com destaque para Serviços Subjacentes. Isto corrobora com uma visão mais acomodada para a inflação e reitera a perspectiva de que não devemos mais ver altas na Selic este ano.”

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Perfeito acredita que a inflação de serviços, embora ainda alta, mostra sinais de acomodação. Ele vê no cenário atual uma chance para o Banco Central manter a taxa de juros inalterada, sem necessidade de novos aumentos.

Já Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, acredita que, embora a desaceleração seja bem-vinda, ainda há risco inflacionário, especialmente nos serviços e bens industriais. “Os núcleos do indicador, especialmente serviços subjacentes e serviços intensivos em mão de obra, ainda mostram aceleração”, afirma.

No entanto, ele prevê um alívio mais significativo no segundo semestre, com a valorização do câmbio e a queda nos preços internacionais das commodities. “Caso os próximos dados mostrem um comportamento mais benigno, especialmente em relação à atividade econômica e ao mercado de trabalho, somados à recente elevação do IOF, é possível que o ciclo de alta de juros tenha chegado ao fim”, diz.

 

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