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Indústria é destaque do PIB e cresce 1,8%, no segundo trimestre

O crescimento foi impulsionado pelos aumentos na produção da indústria alimentícia, de equipamentos de transporte, de máquinas e aparelhos elétricos, e móveis

Por Camila Pati Atualizado em 3 set 2024, 14h36 - Publicado em 3 set 2024, 10h54

O crescimento da indústria é destaque no avanço de 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto). No segundo trimestre de 2024, na série com ajuste sazonal,  a alta da indústria foi de 1,8%, superando o setor de serviços que avançou 1%. Na comparação com o 2º trimestre de 2023, a indústria cresceu 3,9% e os serviços, 3,5%.

O IBGE indica que o crescimento na indústria se deve aos desempenhos positivos das atividades de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (4,2%), construção (3,5%) e das indústrias de transformação (1,8%). 

O professor Hudson Bessa, do curso de boas finanças e mercado financeiro da Fipecafi, vê o crescimento do PIB no último trimestre como resultado principalmente do aumento do consumo das famílias, impulsionado por políticas fiscais expansionistas como o Bolsa Família, benefícios previdenciários e o aumento real do salário mínimo

O crescimento do investimento produtivo e a queda no desemprego são indicativos de uma economia em expansão, sustentada pelo aumento contínuo da demanda das famílias. A indústria, explica Bessa, parece estar reagindo positivamente, em parte devido ao aumento da formação bruta de capital fixo (investimento produtivo), que cresceu 2,1%, e também por causa do crescimento do consumo das famílias. 

“A indústria está tendo que reagir e, obviamente, produzir, seja porque a formação bruta de capital fixo está aumentando, seja porque há consumo das famílias e aí eu acho que tem bastante para consumo interno também. Sobre a formação bruta de capital fixo, a gente não pode esquecer que o aumento das importações também é um indicador de que está havendo investimento na economia, investimento produtivo na economia”, diz o professor.

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O crescimento da indústria em setores como eletricidade, gás, esgoto e serviços relacionados confirma o aumento contínuo do consumo das famílias. À medida que as famílias consomem mais, a demanda por esses serviços essenciais também cresce.

O superintendente de economia da CNI, Mário Sérgio Telles, também destaca o desempenho da construção, que foi de 3,5% no segundo trimestre, em relação ao primeiro. “É um crescimento muito significativo e lembrando que a indústria da construção é muito importante por vários fatores, mas principalmente é um grande empregador e é um componente da nossa formação bruta de capital fixo, que são os chamados investimentos, que são fatores importantes porque eles não só contribuem para o crescimento atual, mas eles abrem espaço para mais crescimento no futuro, seja o investimento em construção, seja o investimento em máquinas e equipamentos”, diz Telles. 

O economista Rafael Perez, da Suno Research, explica que a recuperação da indústria com aumento das importações e maior utilização da capacidade instalada. Responsáveis por transformar matérias-primas em produtos acabados, as indústrias de transformação registraram um aumento de 3,6% no último trimestre.  “Temos observado uma retomada do setor industrial, tendo em vista o aumento das importações, a maior utilização da capacidade instalada e as melhores condições de financiamento”, diz.  Segundo o IBGE, o crescimento recente foi impulsionado principalmente pelos aumentos na produção da indústria alimentícia, de outros equipamentos de transporte (como veículos ou aeronaves), de máquinas e aparelhos elétricos, e de móveis.

CNI destaca o avanço da indústria de transformação nos resultados do PIB

O avanço de 1,8% da Indústria de Transformação, setor que vem enfrentando desindustrialização, merece ainda mais destaque do que o segmento de Construção, segundo o superintendente de economia da CNI, Mário Sérgio Telles. “Quando a gente fala da perda de participação da indústria no PIB, ela acontece muito na indústria de transformação. A indústria de transformação cresceu 1,8%  no segundo trimestre em relação ao primeiro, alcançando exatamente o crescimento da média da indústria. Em relação ao mesmo período do ano passado, é um crescimento de 3,5% e é o quarto trimestre consecutivo de crescimento

“Isso nos dá uma expectativa muito boa de estarmos começando a reverter esse processo de décadas de redução da indústria de transformação e da desindustrialização da economia brasileira”, afirma Telles.

Ele também cita o investimento que cresceu 2,1% no segundo trimestre de 2024 em relação ao primeiro, e quase 6% em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse aumento, segundo Telles, é crucial porque não só melhora o desempenho econômico atual, mas também amplia a capacidade de produção e infraestrutura, criando potencial para crescimento futuro. “O  aumento do investimento é uma notícia duplamente positiva.”

 

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