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Índice de criptomoedas aponta fortalecimento do Bitcoin

A criptomoeda disparou em 2020 com queda do dólar e aumento das transações digitais, mas ninguém ousa prever seu futuro

Por Luisa Purchio
Atualizado em 4 dez 2020, 16h53 - Publicado em 4 dez 2020, 16h43

As criptomoedas ficaram muito tempo na obscuridade do mercado financeiro, mas 12 anos após a criação do Bitcoin (BTC), a primeira e mais famosa delas, esses ativos estão dando fortes sinais de amadurecimento. Nesta semana, a S&P Dow Jones Indices (S&P DJI), um braço da S&P Global, uma das mais importantes empresas de dados financeiros, informou que lançará índices de criptomoedas em 2021. Esse é um passo importante porque tornará mais fácil e acessível para os clientes consultar a variação dos ativos. Hoje, essa consulta acontece em sites dedicados exclusivamente a criptomoedas e que não são tão conhecidos publicamente. O lançamento do índice aponta para o amadurecimento do ativo, que vem batendo seguidos recordes neste ano.  “Com ativos digitais como criptomoedas se tornando rapidamente uma classe de ativos emergente, é o momento certo para índices independentes e confiáveis”, diz Peter Roffman, chefe global de inovação e estratégia da S&P DJI.

Com a pandemia do novo coronavírus, a cotação do Bitcoin vem em uma onda crescente de valorização. Em real, o BTC bateu recorde atrás de recorde devido à baixa cotação da moeda brasileira em relação ao dólar. Além disso, nesta semana, o Bitcoin bateu o recorde histórico em dólar. Na segunda-feira, 30, por volta das 12h no horário de Brasília, ela atingiu 19.845,98 dólares a unidade, superando o pico de 15 de dezembro de 2017, quando 1 BTC atingiu 19.650,01 dólares. O contexto de hoje e de três anos atrás é bastante diferente, mas há alguns pontos semelhantes entre os dois recordes. “Em ambos tem mais gente procurando comprar. As reservas dos países estão sendo bem questionadas agora, as pessoas estão começando a investir e acreditar mais em ativos que não tem tanta dependência do governo”, diz Edisio Pereira Neto, CEO do Zro Bank, banco digital que nasceu recentemente de olho nesse mercado que está despontando.

Outro motivo apontado é a desvalorização do dólar, já que a moeda vem derretendo em relação a uma cesta de moedas mundiais (o que não necessariamente ocorre em relação ao real).  No dia 15 de dezembro de 2017, o último recorde do BTC, o dólar estava em uma curva de forte desvalorização, e atualmente o cenário se repete. No mesmo horário do novo recorde, o DXY, índice que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, estava em 91,5 e em curva acentuada de depressão. Naquela época, porém, havia um frenesi de pessoas físicas interessadas na moeda, e hoje a procura é muito mais corporativa, de empresas de investimento, fundos e investidores institucionais.

O Guggenheim Partners, por exemplo, se prepara para investir até 10% do Macro Opportunities Fund, de 5,3 bilhões de dólares, no Grayscale Bitcoin Trust, o maior fundo global de investimentos em BTC. Ainda assim, as oportunidades no varejo também estão se expandindo. A plataforma de pagamentos PayPal, por exemplo, começará a aceitar pagamentos em BTC no ano que vem. Além disso, o Zro Bank surgiu como o primeiro banco multimoedas do Brasil, pelo qual se pode abrir uma conta em reais e em Bitcoin – a partir de dezembro, ele passará a operar também com dólar, ouro e euro. Com cerca de dois meses de funcionamento, já foram feitos mais de 60 mil downloads do aplicativo em todos os estados brasileiros e continentes do mundo, a maioria por brasileiros que moram no exterior. Esse interesse deve-se principalmente à facilidade de se fazer as transações, por meio de um botão de compra e venda e até a oferta de cartão de débito para fazer compras que podem utilizar o bitcoin. O aplicativo também é integrado com o Telegram, por meio do qual é possível conversar e transferir valores de uma conta do banco para a outra.

Apesar dessas praticidades e desse crescimento, o consumidor precisa ficar atento para não cair em ciladas, porque o BTC ainda é um investimento de risco e de alta volatilidade. “O simples fato da pessoa deter Bitcoin não lhe assegura nenhuma rentabilidade. Quando falamos que alguém teve lucro, isso se dá em caso de valorização, mas não existe nenhuma garantia nesse sentido”, diz Rodrigo Borges, advogado especialista em negócios digitais. “A principal dica é procurar comprar nas maiores empresas e não acreditar em qualquer site que diga que vende Bitcoin, principalmente, se estiverem oferecendo rentabilidade fixa, porque isso não existe no mundo do Bitcoin, que é algo variável”, diz Neto, do Zro Bank. “É importante que a pessoa pesquise a reputação das empresas e dos sócios, já que seu ativo ficará custodiado com ela”, diz.

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