Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Inadimplência no cartão de crédito rotativo supera 60% e empréstimos batem recorde

Empréstimos no rotativo aumentam e mais da metade dos consumidores não consegue pagar as dívidas no prazo

Por Carolina Ferraz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 set 2025, 11h14 - Publicado em 29 set 2025, 15h41

Com a alta de juros e o crescimento do endividamento, a inadimplência no cartão de crédito rotativo ultrapassou 60%, indicando que mais da metade dos consumidores não consegue quitar suas dívidas dentro do prazo. Segundo dados do Banco Central, em agosto, o total emprestado nesse tipo de crédito chegou a R$ 79,4 bilhões, um salto de 30,8% em relação a dezembro de 2024, bem acima da expansão média de 7% registrada no crédito total.

O retorno do crédito mais caro se deve às altas taxas de juros e ao aumento da inadimplência acima de 90 dias, o que faz com que mais consumidores recorram ao rotativo como uma solução temporária. No cartão parcelado, a inadimplência subiu de 11,5% há um ano para 13,2% em agosto, enquanto no rotativo passou de 55,4% para 60,5% no mesmo período.

A análise por faixa de renda mostra um aumento da inadimplência geral entre todos os perfis. Para quem recebe até três salários mínimos, o índice subiu de 5,4% em dezembro de 2024 para 6,7% em junho de 2025. Entre aqueles que ganham de três a dez salários, passou de 4% para 4,1%, e acima de 10 salários, de 2,3% para 2,7%. Esses dados consideram todos os empréstimos a pessoas físicas, exceto o crédito rural.

Para Iago Oselieri, CEO da InvestPlay, um número de mais de 60% de inadimplência é extremamente alarmante, mas não deve ser lido de forma isolada. “Basicamente é um reflexo de um conjunto de fatores econômicos e comportamentais que a gente vem vivendo e que no final do dia pressiona os orçamentos das famílias brasileiras. Quando a gente olha o rotativo do cartão de crédito, ele é altíssimo e infelizmente, o Brasil ainda tem uma baixa cultura de educação financeira,” diz Iago. Ainda segundo ele muitas vezes o cartão de crédito é visto como um aditivo de renda, como se fosse uma extensão da renda da família, o que leva ao crescimento das dívidas e ao endividamento com juros cada vez mais altos. 

O cenário evidencia a vulnerabilidade financeira crescente dos brasileiros. Diante da pressão das taxas de juros e da limitação de alternativas de crédito mais acessíveis, muitos consumidores acabam se endividando ainda mais, tornando o pagamento das dívidas um desafio constante. Especialistas alertam que, sem planejamento financeiro e alternativas de crédito mais baratas, o país pode enfrentar um ciclo de endividamento caro e inadimplência em crescimento, com impactos diretos no orçamento das famílias e na economia como um todo.

Continua após a publicidade

Segundo Chayana Rezende, advogada especialista em Direito Digital e do Consumidor, o acúmulo de dívidas impacta diretamente a qualidade de vida do brasileiro. “Quando as dívidas se acumulam, a renda disponível para consumo básico, como alimentação, saúde e educação, é comprometida. Isso gera um efeito em cadeia: perda de poder de compra, restrição de crédito no mercado e, muitas vezes, abalo emocional, já que a inadimplência traz consigo ansiedade, estresse e até conflitos familiares”, explica Chayana.

A advogada ainda explica sobre as consequências do cartão de crédito passar a ser usado no rotativo, o que pode ser insustentável a longo prazo. “O cartão de crédito, quando usado no rotativo, transforma pequenas dívidas em montantes quase impagáveis em poucos meses, devido aos juros acima de 300% ao ano. Para quem já está endividado, isso significa maior dificuldade de sair do ciclo de inadimplência, pois o crédito se torna cada vez mais caro e restrito,” finaliza a advogada.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas.

ÚLTIMA SEMANA

Digital Completo

O mercado não espera — e você também não pode!
Com a Veja Negócios Digital , você tem acesso imediato às tendências, análises, estratégias e bastidores que movem a economia e os grandes negócios.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 2,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.