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Ibovespa tomba após Copom e dólar sobe com tensão fiscal e geopolítica no radar

O principal índice da B3 encerrou o dia com queda de mais de 1%; a moeda americana subiu para R$ 5,52

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 jun 2025, 17h26 - Publicado em 20 jun 2025, 16h58

O Ibovespa encerrou o pregão desta sexta-feira, 20, em queda de mais de 1%, tentando manter os 137 mil pontos, pressionado por uma combinação indigesta de fatores internos e externos. O dólar, que começou o dia em queda, inverteu o sinal no fim da tarde e fechou em alta, cotado a R$ 5,52.

A semana foi encurtada pelo feriado de Corpus Christi, mas nem por isso foi menos intensa. Pelo contrário. Os investidores usaram o tempo adicional do feriado para digerir os desdobramentos da “Superquarta”, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 15% ao ano e adotou um tom mais duro em seu comunicado. O Federal Reserve, por sua vez, manteve os juros nos EUA, mas sinalizou menos cortes para 2025 do que o mercado esperava.

“O aumento da Selic já era esperado, mas o comunicado do Copom surpreendeu pelo viés mais firme, com destaque para a preocupação com o quadro fiscal e a inflação de serviços”, diz Alexsandro Nishimura, economista e diretor da Nomos. “Isso reforçou a percepção de que os juros permanecerão altos por mais tempo, o que penaliza ações de varejo, construção e bancos, setores mais sensíveis ao custo do crédito.”

Além do aperto monetário local, o mercado teve de lidar com uma piora no cenário externo. A tensão geopolítica no Oriente Médio voltou ao radar com os rumores sobre uma possível escalada entre Irã e Israel, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos cogitam rever isenções tecnológicas concedidas a empresas chinesas. A medida reacende os temores de uma nova rodada de disputas comerciais com a China, em meio à campanha eleitoral americana.

Esse ambiente de maior aversão ao risco contribuiu para o giro de humor nos mercados. O dólar, que chegou a cair pela manhã diante do aumento do diferencial de juros entre Brasil e EUA,  fator que favorece o real, passou a subir com força à medida que investidores buscaram proteção em ativos mais seguros.

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Para analistas, o comportamento do Banco Central brasileiro parece indicar um esforço para reancorar as expectativas e conter a deterioração da confiança no compromisso com a estabilidade de preços. Mas o preço disso pode ser um crescimento ainda mais fraco no segundo semestre.

“O Copom tenta, com juros altos, restabelecer parte da credibilidade perdida nos últimos meses, mas o custo é sentido diretamente no mercado e na atividade econômica”, afirma Nishimura.

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