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Ibovespa encerra ano com perda de 10% e dólar com valorização de 27,4%

O Ibovespa fechou em alta no último pregão após um ano de incertezas fiscais. O dólar recuou, mas permaneceu acima de R$ 6

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 dez 2024, 18h16

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou o último pregão do ano em alta. Apesar da volatilidade ao longo do dia, o índice conseguiu se segurar em terreno positivo, fechando aos 120,3 mil pontos, mas insuficiente para compensar as perdas acumuladas ao longo do ano, que totalizaram 10%. A performance reflete um ano de incertezas, marcado por um ambiente doméstico de instabilidade fiscal.

O dólar, que iniciou o dia em alta, alcançando a máxima de R$ 6,21, recuou para R$ 6,17 após o Banco Central intervir com a venda de US$ 1,815 bilhão em um leilão cambial. No entanto, a moeda americana acumula uma valorização 27,45% no ano.

As projeções para o próximo ano não são animadoras, e exerceram pressão no índice e no câmbio. O Boletim Focus, que compila as projeções de economistas consultados pelo Banco Central, apontou para uma inflação prevista de 4,96% em 2025, ligeiramente acima da projeção anterior de 4,84%. As perspectivas para o câmbio também são sombrias: o dólar deverá se manter acima de R$ 5,80 pelos próximos anos, com os economistas vendo poucas chances de alívio no curto prazo.

“Fechamos o ano com indicadores econômicos, como inflação, juros e câmbio, bem fora das expectativas de janeiro. Grande parte disso se deve a fatores externos, como os cortes de juros promovidos pelo Federal Reserve, mas a crise fiscal e política interna teve um peso ainda maior”, explicou Eurico Ribeiro, gerente comercial da B&T Câmbio. A incerteza em torno da situação fiscal brasileira, com discussões gastos públicos e reformas estagnadas, contribuiu para uma desvalorização generalizada dos ativos domésticos ao longo de 2024.

A relação dívida/PIB do Brasil fechou o ano em 77,7%, abaixo da previsão de 78,9%. Embora a expansão do PIB tenha contribuído para uma leve melhora no quadro fiscal, o aumento dos juros elevou o custo da dívida pública, mantendo a situação fiscal no radar dos investidores. A manutenção de um elevado patamar de endividamento sugere que o Brasil continuará a lutar contra um déficit estrutural nos próximos anos, especialmente com as pressões por mais gastos públicos.

Um dado que trouxe certo alívio foi o déficit primário do setor público, que em novembro ficou em 6,6 bilhões de reais, uma queda de 82% em comparação com o rombo de 37,3 bilhões registrado no mesmo mês de 2023. O alívio momentâneo, contudo, não esconde o fato de que o governo ainda enfrenta desafios consideráveis para equilibrar as contas e reduzir o endividamento sem comprometer o crescimento econômico.

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