Ibovespa e bancos se recuperam após pânico com a Lei Magnitsky
Principais bancos do país avançam; Santander é maior destaque com alta de 2%

O mercado ignorou o noticiário político nesta quarta-feira, 20, e as ações dos principais bancos brasileiros puderam respirar, ao menos um pouco, após despencarem no pregão anterior da bolsa de valores e acumularem perdas de quase 42 bilhões de reais em valor de mercado. Assim, o que se viu foi a valorização dos papéis de Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander. Isso apesar de nova manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF) em torno da aplicação em território nacional da Lei Magnitsky.
O Itaú (ITUB4) encerrou o dia com valorização de 0,40%, enquanto as ações do Bradesco (BBDC3; BBDC4) valorizaram em torno de 0,40%. O Santander (SANB11) também se destacou positivamente, com alta na casa dos 2%. O Banco do Brasil (BBAS3) avançou e teve alta de 0,30%.
O panorama mais favorável aos bancos ocorre mesmo após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ter dito que as instituições financeiras podem ser punidas se bloquearem ativos por ordem dos Estados Unidos. O magistrado está implicado na lei internacional por determinação do presidente americano Donald Trump, que considera que há abusos cometidos pela corte suprema brasileira no julgamento dos atos golpistas de 8 de janeiro. O processo julga a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos articulares da intentona.
O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o pregão em valorização de 0,17%, aos 134 mil pontos. A bolsa de valores avança e mostra que superou o susto vivido durante o pregão de ontem, quando teve queda expressiva de mais de 2%. Já o dólar apresentou baixa, cotado a 5,47 reais.
Agora, o mercado continua de olho para entender se o principal índice da B3 possui condições de atingir a marca histórica, e simbólica, de 150 mil pontos. Vale lembrar que ele atingiu recordes no primeiro semestre do ano, quando ultrapassou os 141 mil pontos. Os negócios aguardam sobretudo o simpósio de Jackson Hole, que ocorre entre 21 e 23 de agosto. Trata-se do evento anual mais aguardado do Fed, banco central americano, quando discursará Jerome Powell, presidente da instituição monetária.
Notícias econômicas do dia
Entre as principais notícias econômicas do dia está a declaração de Alexandre de Moraes à Reuters sobre eventuais problemas dos bancos com a justiça. O ministro do Supremo Tribunal Federal considera que instituições financeiras brasileiras podem sofrer punições legais se bloquearem ativos no país por ordem dos Estados Unidos.
Para Danilo Coelho, economista e especialista em investimentos, “o mercado pode ter entendido que a declaração de Moraes significa que eles pretendem dobrar a aposta caso os bancos, por prerrogativa própria, encerrem as contas, mesmo que não justifiquem isso com cumprimento da lei Magnitsky.”