IBGE: greve pode levar a revisão de PIB no futuro
Divulgação de números de desemprego de junho e julho já havia sido prejudica por conta de greve dos servidores do instituto
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utilizou dados preliminares do mercado de trabalho da região metropolitana do Rio de Janeiro no mês de junho para calcular o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME), utilizada no cálculo, foi prejudicada em junho, por causa da greve de parte dos funcionários do instituto. nesta semana os servidores aceitaram a proposta de reajuste do governo federal e vão finalizar a greve.
“A nossa avaliação é de que os dados são bons em qualidade e quantidade suficiente para garantir o cálculo do PIB”, afirmou o coordenador da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto. Segundo Olinto, apenas uma pequena parcela dos dados foi comprometida pela greve. Ainda assim, é possível que haja revisão dos dados no futuro. Ele ressalta, contudo, não ser possível, neste momento, prever a dimensão de uma possível revisão.
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Greve – Em 23 de agosto o IBGE já havia divulgado apenas parte dos dados de desemprego e ocupação de julho por conta da greve. O indicador de junho também não havia sido divulgado pela mesma razão. Os dados referentes ao mercado de trabalho das regiões do Rio de Janeiro e de Salvador sobre o desempenho de julho foram coletados, porém não analisados. Por isso, o IBGE optou por informar apenas os resultados de quatro das seis regiões metropolitanas que compõem o indicador.
O IBGE informou que não há definição sobre quando os números completos de junho e julho serão divulgados, já que o trabalho depende do fim da greve. “Estamos na expectativa de que não irá se alongar muito”, afirmou a diretora de Pesquisas do IBGE, Marcia Quintslr, na ocasião.
Nesta sexta-feira, o IBGE anunciou que o PIB brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2012 em comparação com os primeiros três meses do ano. O dado do 1º trimestre foi revisado de 0,2% para 0,1%. A industria continua sendo o principal peso negativo do crescimento econômico.
Volta aos trabalhos – No último sábado, a tentativa do governo de encontrar uma solução para o impasse com os servidores federais fracassou. Representantes das categorias em greve recusaram a proposta do governo Dilma Rousseff de um reajuste salarial de 15,8%, fatiado em três parcelas, de 2013 a 2015. As discussões se estenderam pela semana e, na quinta-feira, de um total de 35 categorias do serviço público em greve, 30 assinaram acordo ou sinalizaram que vão aceitar, entre eles os servidores do IBGE. Nesta sexta-feira a presidente Dilma Rousseff mandará ao Congresso a proposta de Orçamento. O governo já avisou que as categorias que não assinaram a adesão ficarão sem reajuste em 2013.
(Com Agência Estado)