IBGE anuncia revisão do cálculo do PIB para 2014
Segundo o Instituto, nova metodologia das Contas Nacionais pode implicar uma diminuição do peso da indústria no Produto Interno Bruto
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) soltou nesta quarta-feira uma nota técnica na qual informa que está desenvolvendo o Projeto de Revisão do Sistema de Contas Nacionais. Na prática, isso significa que o órgão está revisando a metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A última vez que uma alteração como essa ocorreu foi em 2007.
Segundo a presidente do Instituto, Wasmália Bivar, o setor Indústria pode perder peso no PIB com a nova metodologia porque, com as modificações, a atividade de edição e impressão passará a integrar o setor de Serviços. Por outro lado, serviços terceirizados pelas empresas devem compor o setor industrial.
“Na nova classificação, algumas atividades que eram da indústria passaram a ser serviços. O resultado final depende da contabilidade dessas mudanças”, explicou Wasmália.
Leia mais:
Prévia do PIB desacelera e sobe 0,42% em julho
PIB fraco faz Brasil perder posto de 6ª economia do mundo
Estímulo excessivo coloca PIB do Brasil em risco, diz Loyola
IBGE oficializa mudanças em cálculo do IPCA e INPC
Wasmália citou ainda que estão em estudo mudanças nas delimitações do setor público, atividades nacionais em território estrangeiro e operações transacionais, como Itaipu. No entanto, a presidente do IBGE negou-se a dar detalhes sobre essas alterações, sob o argumento de ser prematuro.
Segundo o órgão, o objetivo é que os resultados estejam prontos até o fim de 2014. “A gente não vai divulgar um dado. Vamos divulgar uma série. A comparação da indústria sob o novo cálculo não vai ser com a indústria da antiga série, será com a própria indústria da nova série”, afirma. “A ideia é reajustar a série (do PIB) de 1996 em diante.”
A presidente do IBGE afirmou ainda que as alterações no cálculo do PIB não devem ter a magnitude das efetuadas em 2000. “No ano 2000, as mudanças eram mais robustas, mais substanciais”, explicou.
Alterações – A nova metodologia também passa a contabilizar a aquisição de software e despesas com pesquisa e desenvolvimento (P&D) como Formação Bruta de Capital Fixo. A mudança nas Contas Nacionais, segundo o IBGE, é para adequar o cálculo às recomendações internacionais e pode aumentar a taxa de investimento na economia. “Vai depender da nossa capacidade de concluir o estudo”, disse Wasmália.
(com Agência Estado)