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Hapvida e NotreDame buscam lançar planos mais acessíveis após a fusão

Nova companhia será o maior conglomerado de saúde do país e passa a atender 13,6 milhões de usuários; operação deve ser concluída até 2022

Por Diego Gimenes
Atualizado em 9 mar 2021, 18h02 - Publicado em 1 mar 2021, 18h37

Em meio à pandemia de coronavírus, duas gigantes do setor de saúde brasileiro decidiram unir forças. Hapvida e NotreDame Intermédica confirmaram nesta segunda-feira, 1°, o acordo de fusão entre as companhias, fruto de negociações que se arrastaram por alguns meses. A empresa passará a atender 13,6 milhões de usuários de convênios médico e dental, com receita combinada de 18,2 bilhões de reais. A nova companhia terá infraestrutura própria em quase todos os estados do país e a alcunha de maior conglomerado de saúde do Brasil, com larga vantagem em relação a Bradesco Saúde, segunda colocada.

Com a fusão, 53,1% das ações do novo grupo ficarão com a Hapvida, enquanto os 46,9% restantes pertencerão aos investidores da NotreDame. O acordo cria uma companhia com valor de mercado de aproximadamente 110 bilhões de reais, a décima primeira mais valiosa da B3, a bolsa brasileira.

Dentre os planos dos executivos após a conclusão dos trabalhos, está a oferta de planos mais acessíveis à população, uma vez que a parceria vai permitir uma redução de custos e otimização da operação. “Há de se esperar que, em função das sinergias, nós tenhamos maior possibilidade de privilegiar nossos clientes, requerendo menos reajustes em comparação com os concorrentes”, afirmou Jorge Pinheiro, CEO da Hapvida, em conferência para jornalistas e investidores. “Vamos ofertar um serviço cada vez mais ‘alcançável’, oferecendo para os brasileiros planos mais acessíveis e de qualidade, com medicina de alto padrão”.

Do ponto de vista da operação, tudo permanece como está, pelo menos por enquanto. O objetivo é unir os dados e sistemas em até dois anos, para não prejudicar o planejamento prévio das duas empresas. “Não faz sentido, nos primeiros dois anos, a implementação de novos sistemas, mas há uma série de tecnologias marginais que podem ser acopladas para gerar ganhos às empresas, e isso será feito no futuro, quando ajustarmos esse potencial de sinergia da fusão”, revelou Irlau Machado, CEO da NotreDame Intemédica. Os CEOs Pinheiro e Machado vão dividir o comando da nova companhia.

Para finalizar a transação, ainda restam alguns passos, como a aprovação do acordo nas Assembleias Gerais Extraordinárias das empresas e os avais da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Embora exista a expectativa de que o Cade seja crítico à fusão, os administradores estão otimistas com o processo. “Fizemos uma série de estudos e, dada a diferença de atuação geográfica das empresas, estamos muito confiantes na aprovação. Do ponto de vista de defesa ao consumidor, essa fusão é muito positiva e visa complementar o serviço de planos de saúde”, ponderou Pinheiro.

A nova rede contará com 84 hospitais, 280 clínicas e 257 unidades de diagnóstico por imagem. A fusão acontece num momento delicado para o setor de saúde, que, por um lado, está sobrecarregado pela pandemia, e, por outro, sofre com os sucessivos reajustes das mensalidades, que expõem um problema no modelo de negócios. “A fusão não é predatória, mas sim para gerar qualidade e diluição de custos, com o objetivo de oferecer serviços mais atrativos para a sociedade”, afirma Machado. Apesar dos planos de saúde serem um dos serviços mais desejados pelos brasileiros, quase 80% da população está fora desse sistema. O principal desafio do, agora, maior conglomerado de saúde do país é, sem dúvida alguma, aumentar a penetração de planos privados no país e, ao mesmo tempo, ser capaz de oferecer um produto abrangente a preços mais acessíveis.

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