Haddad trata da Argentina em reunião com secretária dos EUA
Em agenda com Janet Yellen, ministro tratou da crise econômica na Argentina, pedindo integração entre os dois países e o FMI
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de uma agenda com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen. E grande parte da conversa não foi centrada em problemas do país, mas sim dos nosso vizinhos: a Argentina. O ministro afirmou que a solução para tirar a Argentina da crise econômica passa pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), e que uma integração mais profunda entre Brasil e EUA pode ajudá-los. “A Argentina é um país muito importante no mundo e particularmente na América do Sul. Se o Brasil e os Estados Unidos estiverem juntos no apoio, isso pode facilitar muito as coisas para eles”, disse, em conversa com jornalistas no Japão, onde participa de reuniões do G7, em Niigata.
O assunto pegou Yellen de surpresa, admitiu Haddad, mas uma das coisas pelas quais o presidente Lula está indo ao G7 é para tratar desse assunto. “Para nós, é uma questão fundamental que esse problema seja endereçado”, afirmou.
Além disso, o ministro também afirmou que os Estados Unidos não têm objeção aos acordos comerciais do Brasil com a China. “Mas eu manifestei desejo de nos aproximarmos mais. Brinquei que o Brasil se vê como um país nearshore, não só friendlyshore, apesar da distância, e deveríamos nos preocupar com a integração das Américas”, disse. Nearshore é expressão em inglês usada para se referir à estratégia das empresas de levar a produção para mais próximo dos mercados onde os produtos serão vendidos. Friendlyshore segue a mesma lógica, mas com países mais afinados historicamente.
Além da agenda com autoridades estrangeiras, Haddad tem aproveitado a viagem para se reunir com empresários locais. Segundo ele, o ambiente de negócios é pauta prioritária de investidores japoneses que querem vir ao Brasil. “A reforma tributária interessa demais a eles, bem como as exportações do Brasil ao Japão. O acordo com o Mercosul está na ordem do dia para os empresários japoneses”, disse.
Levantamento feito pela CNI demonstrou que o país asiático aplica uma tarifa média de 6% aos produtos brasileiros. Porém, em produtos da agroindústria, a média tarifária atinge 16%. Por isso, o fluxo comercial tem retraído.