Haddad: Governo ainda não avaliou usar crédito extraordinário para ressarcir desvio do INSS
Ministro afirmou que é preciso primeiro saber o 'tamanho do problema' e reforçou que foco de sua pasta na próxima semana está no cumprimento da meta fiscal

“Precisamos esperar para saber qual é, efetivamente, o tamanho do problema”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre as fraudes do INSS. Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira, 15, o ministro disse que nem o governo federal e nem o próprio INSS possuem dimensão sobre a quantidade de dinheiro desviado pelo esquema bilionário de fraudes durante o escândalo, que chegou ao conhecimento público há mais de 20 dias.
Segundo Haddad, o ministro da Previdência e o INSS estão trabalhando para apurar rapidamente a “real situação” e levá-la ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à área econômica do país, para que ela seja endereçada o quanto antes. Quando questionado se há a possibilidade de colocar em ação o crédito extraordinário aos aposentados e pensionistas que tiveram descontos nos benefícios, ele afirmou que o governo não possui o volume de recursos necessário para começar a tratar dessa alternativa.
“Nós temos que esperar para saber qual é efetivamente o tamanho do problema e o que não vai poder ser ressarcido por recursos das próprias associações. Já é pedido de bloqueio de bens, é uma série de questões que quem fraudou tem que pagar”, afirmou.
“A determinação do presidente é que as pessoas prejudicadas sejam ressarcidas. Mas para isso, precisamos saber quem de fato não autorizou e quanto a pessoa foi descontada sem autorização. Nós precisamos de um número. É nisso que o INSS está trabalhando”, disse. O ministro também reforçou que a agenda do Ministério para a próxima semana consiste no cumprimento da meta fiscal e no trabalho nas regras do arcabouço, no teto fiscal e na receita compatível com a meta de resultado primário. “Não tem nada sendo discutido além disso.”