Haddad diz que é preciso acertar comunicação para conter alta do dólar
Ministro da Fazenda negou que o governo irá mexer no IOF sobre o câmbio e que o trabalho da Fazenda é feito em cima da agenda fiscal
![O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em coletiva de encerramento do G20 (29/02/2023)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/02/53560557599_ab14b55c51_k.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta terça-feira, 2, a possibilidade de o governo federal reduzir o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o câmbio para conter a subida do dólar. A moeda americana opera em mais um dia de alta, cotada a 5,66 reais até o meio-dia.
Ele afirmou que é preciso acertar a comunicação sobre a autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal para conter a disparada do câmbio — que já subiu mais de 15% neste ano.
A fala de Haddad tenta acalmar o mercado financeiro em mais um dia nervoso após declarações de Lula a uma rádio da Bahia. Na entrevista, o presidente disse que iria conversar com Haddad para fazer algo em relação ao ataque especulativo contra o real, além de voltar a criticar Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
“Aqui na Fazenda nós estamos trabalhando uma agenda eminentemente fiscal com o presidente para apresentar para ele propostas para o cumprimento do arcabouço em 2024, 2025 e 2026”, disse o ministro a jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda.
No fim da manhã, Haddad afirmou que, além de trabalhar no ajuste das contas públicas, a equipe econômica também pode melhorar a comunicação tanto sobre a autonomia do Banco Central como sobre o arcabouço fiscal.
“Eu acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco Central, como o presidente (Lula) fez hoje de manhã, quanto em relação ao arcabouço fiscal. Não vejo nada fora disso. Autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal. É isso que vai tranquilizar as pessoas”, disse.