Haddad cita Mercosul, mas evita comentar resultado da eleição argentina
Na última semana, ministro disse que vitória de Milei preocupava. Chefe da economia argentina, Sergio Massa, disputa 2º turno com o candidato da direita

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou comentar o resultado das eleições da Argentina, após dizer na última quinta-feira, 19, que a vitória de Javier Milei preocupava o Brasil. O país vizinho terá segundo turno entre seu colega, o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, e Milei, economista e candidato da extrema direita.
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Nesta segunda-feira, 23, Haddad limitou-se a dizer que o Brasil acompanha a situação eleitoral argentina “com interesse”. O ministro afirmou que a situação na Argentina tem implicações no Mercosul. “Eu gosto de pensar numa América do Sul mais integrada, negociando com a União Europeia de forma mais forte. Quanto mais integrados, melhor. São maiores as chances de sentar à mesa com a União Europeia e fazer um bom acordo para a região”, disse a jornalistas.
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Durante a campanha eleitoral, Milei afirmou que, caso ganhe as eleições, irá retirar a Argentina do Mercosul e priorizar negócios com Estados Unidos e Israel. O economista também disse que romperia relações econômicas do Brasil. A Argentina é um importante parceiro comercial do Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a corrente de comércio — soma das de exportações e importações — foi de 22,6 bilhões de dólares com o país vizinho entre janeiro a setembro deste ano. Para o Brasil, a Argentina é seu terceiro maior parceiro comercial, atrás de China e Estados Unidos, mas é o principal destino das exportações. No caso da Argentina, o Brasil é o maior destino de suas vendas externas, seguido por EUA e China.