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Guedes reclama de decisões de relator do Orçamento sem ouvir a Economia

A assessores ministro queixou-se da retirada da continuidade da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores

Por Victor Irajá, Luana Zanobia Atualizado em 23 dez 2021, 13h05 - Publicado em 23 dez 2021, 12h56

De recesso de fim de ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, interrompeu o descanso em acaloradas ligações e envios de mensagens para seus principais assessores. Nesta quinta-feira, 23, ele reclamou a secretários e membros do Ministério da Economia sobre a decisão do relator do Orçamento na Câmara, o deputado Hugo Leal (PSD-MG), de retirar do texto a previsão de gastos pela manutenção da desoneração da folha para os 17 setores da economia que mais empregam no país. Em versão preliminar, o texto de Leal não continha os 5,3 bilhões de reais provisionados pelo governo com a prorrogação da desoneração da folha de pagamento das empresas.

Segundo pessoas próximas, o ministro reclamou que as questões consideradas prioritárias pelo Ministério da Economia não foram contempladas pelo deputado, como a isenção de Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para taxistas. Guedes bateu na tecla de que a decisão de Leal é “inacreditável”, porque vai contra as políticas de fomento à criação de empregos engendradas pelo governo. “Defendem em público a desoneração mas não incluem no orçamento”, escreveu ele a um auxiliar.

O ministro, até então, vinha se mantendo distante das negociações políticas em torno do Orçamento do ano que vem. À distância, Guedes viu o o Congresso aprovar o reajuste para policiais federais e o aumento do Fundão eleitoral, de 4,9 bilhões de reais. De acordo com o relatório, o aumento para a categoria deve gerar um custo de 1,7 bilhão de reais para o próximo ano. O valor, no entanto, é menor que o montante solicitado pelo governo, de 2,9 bilhões de reais. O texto aprovado também inclui 16,5 bilhões de reais para as emendas de relator, assunto que virou alvo de polêmica pela falta de transparência e alegações de serem usadas como moeda de troca e favores políticos. 

Em entrevista a VEJA, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), minimizou a possibilidade de outras categorias pleitearem aumentos. “O limite orçamentário para reajuste dos servidores é definido com base no espaço. Até certo limite, podemos avançar. Além disso, não”, afirmou o deputado. “Não tem essa de ‘todo mundo vai querer’, porque não tem espaço para isso. As categorias que o governo decidiu ou decidir inserir serão contempladas dentro do Orçamento. Quando a decisão foi tomada, acredito que o impacto político foi considerado”, disse ele.

No Ministério da Economia, porém, é premente a preocupação quanto ao aumento das insatisfações e pressões em torno de reajustes — e a influência dos ministros da ala política, que despacham no Palácio do Planalto e sopram aos ouvidos de Bolsonaro sobre a necessidade de se adotar medidas populistas, visando as eleições do ano que vem. Mesmo insatisfeito com a concessão que o Congresso fez a policiais, o ministro da Economia tem dito à equipe que servidores de outras categorias estão reclamando sem razão, já que ninguém foi demitido durante a pandemia. Ele ainda complementa dizendo que tampouco houve redução de salário.

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