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Greve contra reforma na Argentina afeta voos para o Brasil

As empresas aéreas pedem que os passageiros não se dirijam para os aeroportos nem liguem para o call center até o fim da greve

Por Da redação
Atualizado em 18 dez 2017, 18h24 - Publicado em 18 dez 2017, 16h43

A greve geral iniciada hoje na Argentina contra a reforma da Previdência afeta o funcionamento dos aeroportos do país. As empresas aéreas cancelaram todos os voos que saem do país até o retorno dos funcionários, previsto para o meio-dia de terça-feira.

Em seu site, a Aerolíneas Argentinas pede que os passageiros não se dirijam aos aeroportos nem liguem para o call center durante a paralisação, pois os voos estão cancelados até as 12h de amanhã e a empresa precisa de mais quatro horas depois disso para normalizar a operação. A companhia diz que manterá os passageiros informados por meio de seu site e redes sociais.

Segundo a Aerolíneas, todos os passageiros prejudicados poderão remarcar o voo sem cobrança de taxas adicionais.

A Gol informa que todos os voos para a Argentina ou de lá para o Brasil estão cancelados. “A central de atendimento, 0300.115.21.21, no Brasil, e 0810.266.3131, na Argentina, está de prontidão para atendimento e possibilita aos clientes a remarcação sem custo adicional”, informa a empresa.

A CGT iniciou, ao meio-dia, uma greve geral de 24 horas sem marchar para o Congresso, mas o transporte urbano só iria parar a partir de meia-noite para não atrapalhar a manifestação, anunciou a direção sindical.

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Os órgãos de direitos humanos aderiram à mobilização “contra a repressão e a desapropriação”, segundo um comunicado.

Reforma

O governo quer mudar a forma de calcular a aposentadoria para reduzir o déficit fiscal, estimado a 5% de produto interno bruto (PIB). O novo cálculo permitiria ao fiscal economizar, em 2018, cerca de 10 bilhões de pesos (5,5 bilhões de dólares), um quinto do seu déficit.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, tinha indicado em seus últimos discursos que o sistema previdenciário está quebrado. Ele propõe, para resolver isso, elevar a idade mínima para a aposentadoria, de forma opcional, de 65 para 70 anos para os homens e de 60 para 63 anos para as mulheres.

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A reforma impacta a receita de cerca de 17 milhões de aposentados, pobres e deficientes, entre outros, em uma população de 42 milhões.

O governo afirma que os aposentados não vão perder poder aquisitivo, mas a oposição e sindicatos temem que as aposentadorias sejam impactadas pela inflação – superior a 20% ao ano na Argentina há uma década -, apesar do mecanismo de atualização previsto pelo governo.

Quase 50% dos aposentados na Argentina recebem o benefício mínimo, cerca de 400 dólares ao mês. Os demais recebem entre 50% e 60% do que ganhavam quando eram ativos.

(Com AFP)

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