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Greve causa paralisação nas principais fábricas da Volkswagen na Alemanha

Das dez unidades no país, nove foram afetadas. Funcionários são contra a redução de 10% em seus salários

Por Da Redação 2 dez 2024, 14h01

A Volkswagen, uma das maiores montadoras do mundo, está enfrentando uma crescente tensão em suas fábricas na Alemanha, à medida que trabalhadores iniciam greves para resistir aos cortes salariais e ao fechamento de fábricas. As paralisações, que começaram nesta segunda-feira em nove das dez plantas da empresa no país, são uma resposta à proposta da montadora de reduzir os salários em 10% para 120.000 trabalhadores alemães. A empresa argumenta que a medida é necessária para se adaptar à desaceleração do mercado automotivo europeu.

A planta principal da Volkswagen, localizada em Wolfsburg, tornou-se o epicentro dos protestos. Lá, a iniciativa de corte de custos tem sido amplamente criticada, já que a empresa considera fechar fábricas no país, uma medida que afetaria diretamente a força de trabalho local e as economias regionais. Segundo Thorsten Gröger, líder regional do influente sindicato IG Metall, as paralisações são apenas o começo de um conflito que promete ser um dos mais difíceis já enfrentados pela Volkswagen. Gröger afirmou que a montadora não poderá “ignorar” a insatisfação dos trabalhadores.

A crise que afeta a Volkswagen reflete um cenário mais amplo no setor automobilístico europeu. Nos últimos anos, a demanda por carros na Europa caiu de 16 milhões de unidades por ano para cerca de 14 milhões, colocando pressão sobre as montadoras que, como a Volkswagen, expandiram sua capacidade para atender a um mercado que agora encolhe. A empresa, que detém um quarto do mercado europeu, estima que a redução nas vendas represente uma perda de 500.000 veículos por ano.

Embora a Volkswagen tenha expandido sua produção em mercados mais baratos, como o Leste Europeu e a América do Sul, a Alemanha continua sendo o centro simbólico e estratégico da marca. No entanto, a empresa afirma que os altos custos trabalhistas no país colocam suas operações em desvantagem competitiva em relação aos rivais asiáticos, especialmente as montadoras chinesas, que têm pressionado as margens de lucro com carros elétricos mais acessíveis.

As propostas do sindicato, que incluem economias de 1,5 bilhão de euros, como a renúncia a bônus executivos em 2025 e 2026, foram rejeitadas pela montadora, que insiste que cortes salariais são essenciais para sua sobrevivência a longo prazo. A companhia também argumenta que o excesso de capacidade fabril é um problema estrutural que não pode ser resolvido sem ajustes significativos.

Os protestos desta segunda-feira paralisaram a produção de centenas de carros, incluindo o icônico Golf, símbolo da Volkswagen.

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