Governo mantém projeção de alta de 2,2% do PIB apesar de tombo no agro
Queda na safra de 2024 deve ser compensada por atividade industrial e setor de serviços
O Ministério da Fazenda manteve a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,2% para 2024, apesar de revisões setoriais. É o que mostra o último Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira, 21.
Para a Agropecuária, a variação esperada para o PIB caiu de 0,5%, no Boletim de novembro, para -1,3%, refletindo, principalmente, a redução nos prognósticos para a safra neste ano.
Por outro lado, a projeção para a expansão dos serviços em 2024 aumentou, passando de 2,2% para 2,4%. Para a indústria, a expectativa de crescimento também foi revisada para cima, de 2,4% para 2,5%. O setor deverá ser impulsionado pela recuperação da produção manufatureira e da construção, com reflexo nos investimentos pela ótica da demanda.
Para os próximos anos, espera-se crescimento em torno de 2,5%. O relativo otimismo é sustentado pela reforma tributária, que deverá garantir ganhos de eficiência e de produtividade, aliado à redução da taxa de juros pelo Banco Central.
A previsão para a inflação medida pelo IPCA recuou de 3,55% para 3,50% em 2024 e passou de 3% para 3,10% em 2025. Para a Fazenda, o impacto do El Niño sobre a inflação de alimentos, etanol e nas tarifas de energia elétrica foi menos intenso do que o inicialmente esperado.
A projeção mediana para o déficit primário de 2024 caiu, confirmando a tendência de queda já observada em meses anteriores. De novembro de 2023 a março de 2024, a mediana das projeções para o déficit primário de 2024 caiu de 90,2 bilhões de reais para 82,8 bilhões de reais. Em janeiro de 2023, a estimativa para o déficit de 2024 era de cerca de 120 bilhões de reais.