Governo eleva projeção do PIB em 2017 para 1,1%
Equipe econômica vê impacto de aumento da confiança, queda no endividamento, juros e inflação como fatores; previsão está acima da estimativa do mercado
O governo divulgou nesta quinta-feira que elevou a previsão do crescimento do PIB de 2017 de 0,5% para 1,1%. A nova previsão da equipe econômica é mais otimista que o previsto pelos analistas do mercado financeiro — de alta de 0,91%, segundo o último Boletim Focus. A previsão para 2018 também foi revisada, de 2% para 3% (frente a 2,62% do Focus).
Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o aumento da confiança e a redução do endividamento das empresas foram fatores que levaram a revisão para cima. A queda na taxa de juros e a inflação em patamar baixo também contribuíram para a expectativa maior.
O secretário de Política Econômica, Fabio Kanczuk, avaliou que, com o aumento da confiança de empresas e consumidores, desde o fim do primeiro semestre, houve impulso para crescer, mas o endividamento atrapalhou. “Apesar de as empresas terem incentivo para investir e a confiança estava alta, elas estavam alavancadas [alta proporção de dívida], não tinham caixa”, disse.
Em relação à evolução das contas públicas Meirelles, avaliou que a meta fiscal para o ano, de um déficit de 159 bilhões de reais, será cumprida “com relativa tranquilidade”. E que a meta para o ano que vem, também de rombo 159 bilhões de reais, também será alcançada.
Previdência
Em relação às expectativas para a votação da reforma da Previdência, Meirelles disse que o governo vai trabalhar para que a proposta seja votada na Câmara até a próxima semana, o que seria o ideal, e que postergar esse fato pode ter impacto nas expectativas do mercado. Segundo ele, o mercado já conta com a aprovação da medida, mas não tem a certeza. “Levando ao extremo, se não for aprovado no início da semana que vem, certamente haverá impacto. Mas é difícil de medir [o tamanho]”, disse o ministro.
Na quarta-feira, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB) divulgou que o governo havia postergado a votação no Plenário da Câmara para o início de 2018. Ele foi desmentido pelo presidente Michel Temer, que está internado em São Paulo após passar por cirurgia no Hospital Sírio Libanês, e por Meirelles, ainda na quarta.