Governo central registra déficit de R$ 36 bilhões em julho
Resultado é o segundo pior para o mês na história, atrás apenas do rombo registrado em julho de 2020, no início da pandemia

As contas do governo federal registraram déficit primário de 35,93 de reais em julho, ante saldo positivo de 18,94 bilhões de reais no ano passado, segundo dados do Tesouro Nacional, divulgados nesta quarta-feira, 30.
O resultado é segundo pior para o mês de julho na série histórica iniciada em 1997. O mês só tem um resultado melhor se comparado com o rombo de 109,6 bilhões de reais registrado em julho de 2020, durante a primeira onda da Covid-19.
O déficit compreende as contas do Tesouro, Banco Central e Previdência Social e no mês foi fortemente impactado pela alta dos gastos públicos.
As receitas líquidas, descontados os repasses a Estados e municípios, tiveram uma queda real de 5,3% em julho sobre o mesmo mês do ano passado, para 160,4 bilhões de reais. O resultado foi afetado por recuos na arrecadação de Imposto de Renda, Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e queda nos ganhos com dividendos e exploração de recursos naturais.
O subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, David Athayde, afirmou que a queda nas receitas na comparação com o ano passado se relaciona a arrecadações atípicas em 2022, que não ocorreram neste ano.
Já as despesas totais do governo aumentaram 31,3%, para 196,3 bilhões de reais. Houve alta nos gastos com benefícios previdenciários, de abono salarial e seguro desemprego, sob efeito de mudanças no calendário de pagamento de benefícios. Houve aumento de despeças também com o Bolsa Família e repasses regionais.