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Governo central registra déficit de R$ 22,4 bi em agosto

O resultado negativo inclui inclui as contas do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social

Por Camila Pati Atualizado em 3 out 2024, 11h49 - Publicado em 3 out 2024, 10h01

O Governo Central registrou  déficit primário de 22,4 bilhões de reais em agosto, segundo números divulgados nesta quinta-feira, 3, pelo Tesouro Nacional. As contas incluem os resultados do Tesouro, do Banco Central e do INSS. Esse é o menor resultado para o mês desde 2021. Em agosto do ano passado, o rombo registrado foi de 26,7 bilhões de reais, em termos nominais. O déficit do mês, no entanto, ficou acima da mediana das expectativas da pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda, que indicava déficit de R 19,4 bilhões de reais no mês de agosto.

Os números de agosto geralmente saem na última semana de setembro, mas por conta da  mobilização de servidores do Tesouro foram divulgados neste início de outubro.

No ano, o rombo nas contas do governo central já chega a 99,99 bilhões de reais. No acumulado de  12 meses o rombo é de 227,5 bilhões de reais. A meta da Fazenda para este ano é de déficit zero, com margem de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), ou 28,8 bilhões de reais. Atualmente, a projeção do governo para o fim do ano é de um déficit de R$ 28,3 bilhões, já descontados R$ 40,5 bilhões em créditos extraordinários.

Dados

O resultado em agosto é mais do que o dobro do déficit do mês passado, que foi de 9,3 bilhões de reais, uma melhora expressiva em relação ao rombo de 35,9 bilhões de reais no mesmo período de 2023. O déficit menor em julho ocorreu graças ao aumento de  16 bilhões de reais (+9,5%) na arrecadação e à redução de  12,3 bilhões de reais (-6%) nas despesas, em comparação com o ano anterior.

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Em agosto,  a receita líquida aumentou 8,8 bilhões de reais (+6,2%), mas a despesa total  também registrou um aumento: 3,3 bilhões de reais (+2,0%), quando comparadas a agosto de 2023. O Tesouro destaca que o crescimento foi impulsionado, principalmente, pelo aumento da arrecadação do Imposto de Renda (IR), Cofins, PIS/Pasep e IPI. O fim das desonerações sobre combustíveis e a exclusão do ICMS da base de cálculo dessas contribuições também foram fatores importantes para o aumento. Além disso, a melhoria no mercado de trabalho, com aumento da massa salarial e do número de empregos, gerou maior arrecadação para a Previdência (RGPS).

Em relação às despesas, o Tesouro citou um crescimento significativo gastos com Abono Salarial, Seguro-Desemprego e Financiamento de Campanha Eleitoral, além dos benefícios previdenciários. No entanto, houve uma compensação parcial com a redução das despesas discricionárias (não obrigatórias) do Poder Executivo, resultando numa contenção do aumento total das despesas, informa o Tesouro.

“O grande fator de desiquilíbrio fiscal continua sendo a Previdência Social 240 bilhões de reais”, explicou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, durante a entrevista coletiva para apresentar os dados.

 

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