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Governo Bolsonaro aprova parceria entre Embraer e Boeing

Empresa americana vai assumir o controle da divisão de aviões comerciais do grupo brasileiro, em negócio avaliado em 4,2 bilhões de dólares

Por Marcelo Sakate Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 jan 2019, 00h50 - Publicado em 10 jan 2019, 20h24

O governo do presidente Jair Bolsonaro deu o seu aval para a compra da divisão de aviação comercial da Embraer pela americana Boeing, em um negócio avaliado em 4,2 bilhões de dólares. O anúncio foi feito agora no início da noite, depois do fechamento dos mercados no Brasil e nos Estados Unidos. Embora não detenha o controle da Embraer, o governo brasileiro detém uma ação especial (golden share, em inglês) que lhe dava o direito de vetar o negócio.

Pelos termos do acordo anunciado há um mês, será formada uma nova companhia que vai cuidar do desenvolvimento e da produção dos aviões comerciais da Embraer. A Boeing vai ter o controle dessa empresa e o equivalente a 80% do capital, e a Embraer ficará com os 20% restantes.

O acordo aprovado por Bolsonaro prevê ainda uma parceria para a promoção comercial do KC-390, o avião militar de transporte desenvolvido pela Embraer. Nessa associação, a empresa brasileira terá o controle e 51% do capital.

O anúncio das negociações entre as duas gigantes da aviação comercial, há mais pouco mais de um ano, em dezembro de 2017, causou protestos e preocupação entre sindicatos de trabalhadores da Embraer e políticos de bandeira nacionalista, por causa do temor de que todas as instalações da empresa com sede em São José dos Campos fossem fechadas e transferidas para os Estados Unidos. Juízes de primeira instância também tentaram barrar o negócio acertado entre duas companhias privadas, mas sem sucesso. No fim, as negociações avançaram e foi acertada a permanência no país das operações já existentes, tanto de pesquisa como de produção.

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O tema foi debatido também na campanha eleitoral. Depois de eleito, Bolsonaro deu declarações contraditórias, ora sinalizando que poderia pedir a revisão dos termos do acordo, ora dizendo que aprovaria sem restrições.

O negócio é considerado de importância estratégica para a Embraer e a Boeing, segundo analistas. Os principais produtos das duas companhias não são concorrentes diretos. A Boeing é a líder no segmento de aeronaves de médio e grande portes e longo alcance, ou seja, a partir de 150 passageiros. Já a Em­braer domina o mercado de aviões comerciais de pequeno porte, com até 120 passageiros. Dessa complementaridade decorrem argumentos a favor da combinação: ambas terão maior poder de negociação para a venda de suas aeronaves para as companhias aéreas e para a compra de componentes de fornecedores globais. Haverá ainda sinergias na área de pesquisa. 

Com o aval do governo, o acordo agora passará pela tramitação usual em negócios como esse: precisará ser submetido e aprovado pelos conselhos de administração das duas companhias, por assembleias de acionistas e órgãos de defesa da concorrência dos dois países. Só depois das autorizações é que a parceria entrará em vigor. A previsão é que isso ocorra até o fim deste ano.

 

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