Goldman Sachs está sendo investigado por suposta fraude com ESG
Fundos do banco Goldman Sachs estão sob o radar de agência reguladora do governo dos EUA

O belo discurso exige, cada vez mais, comprovação prática. O banco Goldman Sachs, gigante no setor financeiro, está sendo investigado sobre seus fundos de investimento em boas práticas de cunho ambiental, social e de governança (ESG). A multinacional entrou no radar da comissão de valores mobiliários dos EUA, a SEC, agência reguladora do mercado financeiro americano, segundo duas fontes internas ouvidas pelo The Wall Street Journal neste último final de semana.
Na linha da CVM brasileira, a SEC atua em casos de manipulação de mercado e entra em ação quando há suspeita de engano ou informações imprecisas aos investidores de determinada empresa. Até o momento, o Goldman Sachs não se manifestou sobre as razões para o ocorrido. Os fundos de ESG são supervisionados pela unidade de gestão de ativos do banco
No contexto geral, o real nível de aderência ao ESG em investimentos que se dizem em negócios sustentáveis está sob a mira do presidente da SEC, Gary Gensler, ex-banqueiro de investimentos nomeado pela administração de Joe Biden. Refletindo o discurso do presidente, a agência reguladora diz que está atuando pela conformidade regulatória (compliance) no mercado financeiro.
Em março de 2022, a SEC propôs maior transparência com as informações relacionadas ao clima. Na prática, as empresas precisariam esclarecer aos investidores sobre os riscos das mudanças climáticas – e as políticas de governança sobre o tema – para operações vigentes ou em perspectiva. Já, em março de 2021, a agência lançou uma força-tarefa ESG para verificar se as empresas de Wall Street estariam enganando os investidores sobre seus critérios de investimento em boas práticas ambientais, sociais e de governança. A pressão visa evitar o chamado greenwashing, quando empresas exageram em vender projetos de ESG para atrair marketing positivo e investimentos voltados ao conceito.