Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Gestão Lula se contradiz sobre combustíveis e prorroga desoneração

Presidente havia criticado medida de Bolsonaro por acreditar que redução de preços deveria ocorrer “de outras maneiras”

Por Luisa Purchio Atualizado em 2 jan 2023, 16h31 - Publicado em 2 jan 2023, 12h11

Um dos primeiros atos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu governo foi a assinatura de uma medida provisória (MP) mantendo os impostos federais PIS/Pasep e Cofins sobre os combustíveis zerados e a desoneração feita durante o governo de Jair Bolsonaro. A MP, publicada nesta segunda-feira, 2, contradiz o que o presidente Lula disse em discurso na semana passada, na nomeação de seus últimos ministros, quando afirmou que não se deveria mexer com tributos para reduzir o preço da gasolina. Segundo ele, isso iria acontecer “a partir do momento que a gente montar também a diretoria da Petrobras”.

A mudança na decisão de Lula teria ocorrido sob influência da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman, e do presidente do BNDES nomeado, Aloizio Mercadante, contrariando Fernando Haddad, ministro da Fazenda. De acordo com um cálculo realizado pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o fim das desonerações encareceria a gasolina em 0,69 real o litro, enquanto o diesel em 0,33 real e o etanol em 0,26 real.

“Precisamos ter uma decisão transitória para que o Congresso Nacional possa encontrar uma decisão em definitivo”, disse Renan Filho, ministro dos Transportes de Lula. As desonerações durante o ano de 2023 já estavam previstas no Projeto de Lei Orçamentária Anual do ano que vem e, de acordo com a LOA, custariam 34,3 bilhões de reais para a isenção de Cide e PIS/Cofins para gasolina, etanol e GNV, e 18,6 bilhões de reais para a isenção de PIS/Cofins para o diesel.

A MP manterá a desoneração dos impostos federais durante sessenta dias, e o governo informou que a desoneração sobre o diesel ocorrerá durante um ano. A mudança da incidência dos impostos federais e do teto do ICMS sobre os combustíveis ocorreu no ano passado por meio da aprovação de duas leis complementares. Junto com outras benesses, como auxílio a taxistas e caminhoneiros, as medidas foram chamadas de “pacote de bondade” e consideradas eleitoreiras por ocorrerem às vésperas do pleito presidencial.

No mês passado, o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que havia solicitado ao então ministro da Economia, Paulo Guedes, para não dar seguimento à medida provisória que estava sendo preparada pelo governo Bolsonaro para prorrogar as desonerações. “O pedido que fiz ao ministro Paulo Guedes, por telefone, foi que eu e o presidente Lula entendemos que o governo atual deveria se abster de medidas que fossem impactar o custo dos acontecimentos para o futuro”, disse Haddad na ocasião.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.