Fiat Chrysler e Peugeot aprovam acordo de fusão
Acerto cria o 4º maior fabricante de veículos global em volume, com vendas anuais de 8,7 milhões de unidades e receitas em torno de 170 bilhões de euros
A ítalo-americana Fiat Chrysler e a controladora da francesa Peugeot, PSA, anunciaram nesta quarta-feira, 18, a aprovação do plano de fusão anunciado no fim de outubro. O “acordo de aproximação vinculante” prevê a divisão acionária de 50% para cada uma das partes. Com esse movimento, cria-se um grupo que é o quarto maior fabricante de veículos global em termos de volume e o terceiro maior em receita.
De acordo com o anúncio feito pelas montadoras, a companhia combinada terá vendas anuais de 8,7 milhões de veículos, com receitas combinadas de aproximadamente 170 bilhões de euros, lucro operacional recorrente de mais de 11 bilhões de euros e uma margem de lucro operacional de 6,6% – em uma base agregada simples dos resultados de 2018.
A nova associação terá um equilíbrio geográfico maior, com 46% das receitas derivadas da Europa e 43% da América do Norte, com base nos dados agregados de 2018 de cada companhia. A combinação dará à nova companhia a possibilidade de reformular a estratégia em outras regiões.
O grupo terá as marcas Fiat, Jeep, Dodge, Ram, Chrysler, Alfa Romeo, Maserati, Peugeot, DS, Opel e Vauxhall, incluindo carros populares, de luxo, utilitários esportivos e veículos comerciais. PSA e FCA afirmaram que esperam concluir o acordo nas próximas semanas. O negócio criará um grupo com vendas de 8,7 milhões de veículos por ano e que ficará atrás de Volkswagen, Toyota e Renault-Nissan.
O novo grupo terá sede na Holanda e será presidido pelo ítalo-americano John Elkann, atual chefe da Fiat Chrysler, e o cargo de executivo-chefe seria dado ao presidente do grupo PSA, o empresário português Carlos Tavares. “Essa convergência traz valor significativo para todas as partes envolvidas e abre um futuro brilhante para a entidade combinada”, afirmou Tavares em comunicado conjunto das companhias. Confira aqui a entrevista que John Elkann concedeu a VEJA em maio deste ano.
“A companhia resultante da fusão se beneficiaria das margens entre os mais altos mercados onde estaria presente, baseadas na solidez da Fiat Chrysler na América do Norte e na América Latina, além da PSA na Europa”, afirmam as empresas no comunicado.
Com a fusão, a FCA terá acesso a plataformas mais modernas de veículos da PSA, ajudando o grupo a cumprir normas mais rígidas contra emissão de poluentes, enquanto a PSA, concentrada na Europa, vai se beneficiar dos negócios lucrativos da FCA nos Estados Unidos e em grandes mercados como Brasil.
As duas montadoras, que possuem fábricas de veículos também no Brasil, têm como objetivo economia de 4,1 bilhões de dólares, dos quais 80% estimam alcançar nos primeiros quatro anos do acordo. As empresas não mencionaram o fechamento de fábricas.
(Com Reuters)