Fazenda vê desaceleração no 2º tri por efeitos das enchentes no RS
Secretaria de Políticas Econômicas afirma que agropecuária e indústria de transformação devem ser atividades mais afetadas pela calamidade

O Ministério da Fazenda comemorou o avanço de 0,8% do PIB no primeiro trimestre, em linha com o projetado pela pasta e pelo mercado financeiro. O ministério, no entanto, projeta uma desaceleração no período entre abril e junho devido aos efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul.
“Apesar da recuperação observada na margem para o PIB do 1T24, a expectativa é de desaceleração no ritmo de crescimento no próximo trimestre, repercutindo a calamidade no Rio Grande do Sul. A agropecuária e a indústria de transformação devem ser atividades especialmente afetadas, uma vez que são proporcionalmente mais importantes no PIB do estado do que no PIB nacional”, afirma a Secretaria de Política Econômica (SPE) em nota.
De acordo com a Fazenda, o setor de serviços também deve sentir os efeitos da calamidade, repercutindo a piora da mobilidade e a restrição de serviços pessoais, de alimentação e de alojamento. “Dessa maneira, mesmo com o resultado positivo e similar ao projetado pela SPE no 1T24, restam incertezas a respeito da estimativa de crescimento para 2024”, afirma a pasta.
Resultado
Nesta terça-feira, o IBGE informou que o PIB avançou 0,8% no primeiro trimestre. O crescimento foi puxado pelo setor de serviços, que teve uma alta de 1,4% no período. A agropecuária também cresceu, registrando variação positiva de 11,3%. A indústria, porém, apresentou leve queda de 0,1%.
“A aceleração repercutiu o melhor desempenho de atividades cíclicas pela ótica da oferta, como o da indústria de transformação, do comércio e de outras atividades de serviços; e o maior ritmo de expansão da absorção doméstica pela ótica da demanda, com destaque para o avanço do consumo das famílias e do investimento. O avanço da massa de rendimento e das concessões de crédito auxiliam a explicar a trajetória de maior crescimento no 1T24, devendo seguir como vetores propulsores da atividade em 2024”, avalia a SPE.|