Facebook permitiu acesso de Apple e Samsung a dados de usuários
Segundo o The New York Times, durante a última década, o Facebook cedeu dados sem consentimento dos usuários
O Facebook permitiu que ao menos 60 fabricantes de smartphones – entre eles Apple, Samsung, Microsoft e BlackBerry – tivessem acesso a dados de usuários da rede social. As informações foram reveladas pelo jornal The New York Time neste domingo.
Segundo a publicação, durante a última década, o Facebook cedeu dados sem consentimento dos usuários para esses fabricantes. Em troca, as empresas criavam aplicativos que integrassem funções da rede social a seus sistemas operacionais.
Algumas fabricantes foram autorizadas a coletar dados de relacionamento, posicionamento político e mesmo religioso. A reportagem também descobriu que estas empresas tinham acesso a informações de usuários que negavam a permissão ao Facebook.
Para o NYT, o Facebook confirmou os acordos. Segundo a empresa, as parcerias otimizavam o uso da rede social antes da grande difusão de aplicativos nas lojas virtuais.
No domingo, o Facebook justificou os acordos em um artigo denominado “Por que discordamos do The New York Times“. “No início do mundo móvel, a demanda pelo Facebook ultrapassava nossa habilidade de construir versões do produto que funcionassem em todo celular ou sistema operacional. É difícil de lembrar como, mas antigamente não havia lojas de aplicativos. Então, companhias como Facebook, Google, Twitter e YouTube tinham que trabalhar diretamente com sistemas operacionais e fabricantes de dispositivos para fazer os produtos deles às mãos das pessoas”, afirmou o vice-presidente de parcerias de produtos do Facebook, Ime Archibong.
Ainda de acordo com a reportagem, a maioria dos acordos firmados permanecem sendo cumpridos – mesmo após o escândalo de compartilhamento de dados com a Cambridge Analytica, empresa que participou da campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e coletou informações pessoais de 87 milhões pessoas.
Para o NYT, Archibong informou que 22 destes acordos foram cancelados após o escândalo. Segundo ele, o Facebook percebeu que eles não eram mais necessários aos usuários.