Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Exército brasileiro gasta muito mais com pensões do que com “pólvora”

Investimento em pessoal soma 74,3% dos dispêndios do Ministério da Defesa; são 52,6 bilhões de reais contra 8,9 bilhões de reais em materiais e equipamentos

Por Victor Irajá Atualizado em 11 nov 2020, 13h53 - Publicado em 11 nov 2020, 12h46

Existe uma grande limitação prática, além do que há de fantasia, na fala do presidente Jair Bolsonaro de que “quando acabar a saliva, tem que ter pólvora” em relação às possíveis sanções aventadas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, por conta da política ambiental do país. E ela é o dinheiro. Os gastos com material de consumo, e equipamentos e material permanente das Forças Armadas (aí incluída a pólvora) estão bem aquém de outros dispêndios empenhados pelo Ministério da Defesa, órgão ao qual responde o Exército. Os gastos com pessoal representam 74,3% de todos os dispêndios relacionados à defesa no país, de acordo com levantamento do Instituto Fiscal Independente, o IFI, ligado ao Senado Federal. No ano passado, foram destinados 26,6 bilhões de reais para vencimentos de pessoal militar. As aposentadorias e gastos com reservistas chegaram a 26 bilhões de reais. Para o quesito “obras e instalações”, sobrou apenas 1 bilhão de reais. Em 2019, foram direcionados 4,5 bilhões de reais a “material de consumo”. Em “equipamentos e material permanente”, os gastos somam 4,4 bilhões de reais. Em comparação aos vencimentos com pessoal e aposentadorias, esses valores são ínfimos.

Os valores denotam a péssima estrutura do orçamento do Estado brasileiro com a Defesa Nacional. “Os gastos com pessoal, da ativa e inativos, são muito acima da média de outros países. Isso se deve ao fato de que, ao longo do tempo, quando devemos fazer ajustes fiscais cortamos gastos não obrigatórios e investimentos”, diz Raul Jungmann, ministro da Defesa durante o governo Michel Temer. “Isso faz com que o peso dos gastos pessoal tenham um peso significativo ao longo do tempo, o que impacta os projetos a longo prazo das Forças Armadas.” Elas fizeram uma opção da estratégia da presença. O Exército busca estar presente em todo o território nacional, o que implica que haja um número de efetivos muito elevado, o que gera um impacto previdenciário significativo num período de tempo maior.”

Além de mal alocados, os gastos com a defesa nacional somam uma parcela pequena do Produto Interno Bruto, o PIB, do país, ainda mais quando colocados em comparação com outros países. Segundo o IFI, o Brasil gastou, no ano passado, 1,48% com a defesa nacional. Para se ter ideia, os Estados Unidos (que movimenta um PIB quase dez vezes maior que o brasileiro) gasta 3,41% de todo o PIB com defesa. Países em constante estado de guerra, evidentemente, gastam mais com a Defesa. “Evidentemente, existem inúmeros outros fatores que determinam estas despesas, com destaque para a geografia, isto é, a posição do país no planeta, Oriente Médio, por exemplo”, aponta o IFI. É o caso de Omã, que ocupa a primeira colocação em destinação para as Forças Armadas, seguido por Arábia Saudita, Argélia e Kuwait.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.