No início da semana, a Moody’s Analytics divulgou que a probabilidade de um calote da França nos próximos 12 meses cresceu para 0,21%, de 0,11% ano passado
Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em baixa em meio a rumores sobre a possibilidade de o rating (nota) de crédito da França ser rebaixado. Isso adicionou mais um tempero ao caldeirão da crise das dívidas soberanas da zona do euro e pesou particularmente sobre os papéis de bancos.
“Toda essa questão de sustentabilidade da dívida se estendeu para a Itália, para a Espanha e agora para a França e vai exercer um peso sobre o mercado por bastante tempo”, disse Mike Lenhoff, estrategista-chefe da Brewin Dolphin.
O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 8,70 pontos, ou 3,75%, para 223,50 pontos. Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 recuou 157,76 pontos, ou 3,05%, para 5.007,16 pontos. Em Paris, o CAC 40 perdeu 173,20 pontos, ou 5,45%, e encerrou o dia a 3.002,99 pontos – perto da mínima da sessão, de 3.001,25 pontos. Na Bolsa de Frankfurt, o Xetra DAX fechou em baixa de 303,66 pontos, ou 5,13%, a 5.613,42 pontos.
Em Milão, o índice FTSE MIB caiu 1.045,41 pontos, ou 6,65%, para 14.676,04 pontos. O IBEX 35, da Bolsa de Madri, recuou 462,90 pontos, ou 5,49%, para 7.966,00 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve queda de 74,69 pontos, ou 1,25%, para 5.919,18 pontos. O ASE, da Bolsa de Atenas, perdeu 18,02 pontos, ou 1,80%, para 982,11 pontos.
No início da semana, a Moody’s Analytics divulgou, com base em cálculos feitos a partir do movimento do mercado de swaps de default de crédito (CDS, em inglês), que a probabilidade de um calote da França nos próximos 12 meses cresceu para 0,21%, de 0,11% ano passado. Nos próximos cinco anos, as chances sobem para 2,2%.
Os CDS funcionam como um seguro contra o eventual calote de determinada dívida. Se o emissor de um título não cumprir os pagamentos, os vendedores dos CDS compensam os compradores. Nesta quarta, os spreads (prêmios) dos CDS da França subiram, indicando que o custo para se proteger de um calote do país aumentou, e atingiram um nível recorde.
Isso, aliado a expectativas de que a dívida da França será equivalente a quase 90% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 – taxa mais alta entre os países que ainda possuem o rating de crédito triplo A – levou os investidores a ficarem com medo de um rebaixamento na nota francesa.
As três principais agências classificadoras de risco – Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch -, porém, seguem atribuindo nota triplo A com perspectiva estável para a França. A Fitch havia reiterado o rating soberano da França no dia 31 de maio, enquanto a S&P afirmou sua posição em 23 de dezembro. A Moody´s não reitera ratings de crédito.
(Com Agência Estado)