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Europa avança com união fiscal e isola britânicos

Por Da Redação
9 dez 2011, 13h15

(Texto atualizado com aprovação de mais países e informações sobre compras de bônus)

Por Paul Taylor e Julien Toyer

BRUXELAS, 9 de dezembro – A Europa sofreu uma divisão histórica nesta sexta-feira sobre o estabelecimento de uma união fiscal para preservar o euro, com a grande maioria dos países, liderados por Alemanha e França, concordando em ir adiante com um tratado separado, deixando a Grã-Bretanha isolada.

Vinte e seis dos 27 líderes da União Europeia concordaram em buscar uma integração maior, com regras orçamentárias mais duras para a zona do euro, mas a Grã-Bretanha informou que não pode aceitar as emendas propostas ao tratado da UE, após falhar em conseguir concessões para si.

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Após 10 horas de reuniões, todos os 17 membros da zona do euro e nove países que pretendem se unir ao bloco resolveram negociar um novo acordo, ao lado do tratado da UE, com um regime mais duro de déficit e dívida para proteger as economias da crise da dívida.

“Não a Europa, os britânicos é que divergiram. E eles estão fora da tomada de decisões. A Europa está unida”, disse a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, ao chegar para o segundo dia da oitava cúpula emergencial da UE neste ano.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, classificou a decisão como um passo adiante para regras orçamentárias mais rígidas que, segundo ele, são necessárias se a união monetária de 17 nações quiser sair mais forte dos dois anos de turbulências de mercado.

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“Isso será a base para um bom pacto fiscal e para mais disciplina na política econômica dos membros da área do euro”, disse Draghi. “Nós chegamos a conclusões que terão de ser mais concretizadas nos próximos dias.”

Duas fontes do BCE afirmaram que o conselho diretor do banco decidiu na quinta-feira manter a compra de bônus limitada a 20 bilhões de euros por semana.

Mas o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse a repórteres que a decisão do BCE de oferecer linhas de liquidez de três anos em quantidades ilimitadas permitia que bancos europeus comprem mais bônus soberanos.

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“Isso significa que cada país pode virar para os seus bancos, que terão liquidez à disposição”.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse estar muito satisfeita com as decisões. O mundo verá que a Europa aprendeu com seus erros, disse ela. A líder de maior poder na Europa disse ainda que não desistiu da esperança de que a Grã-Bretanha concordará eventualmente em mudar o tratado da UE para ancorar uma disciplina fiscal mais dura.

Merkel e Sarkozy pretendiam mudar o tratado de Lisboa para que os Estados do euro pudessem ser distinguidos na lei básica do bloco.

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Mas a Grã-Bretanha, que está fora da zona do euro, não quis apoiar a medida, argumentando querer garantias em um protocolo que proteja sua indústria de serviços financeiros. Sarkozy descreveu como inaceitável a demanda do primeiro-ministro britânico, David Cameron.

ÚLTIMA CHANCE

Durante a reunião considerada como última chance para salvar o euro, com os mercados financeiros não convencidos pelos esforços das autoridades até agora, os líderes também tomaram decisões importantes sobre o fundo permanente de resgate, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM), que entrará em vigor antecipadamente em julho de 2012.

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Mas os líderes decidiram que o ESM terá uma capacidade efetiva de financiamentos de 500 bilhões de euros, e não será autorizado a atuar como um banco, conforme quer a França.

Tal autorização permitiria ao ESM refinanciar-se nas operações de liquidez do BCE e daria a ele enorme poder de fogo, mas isso quebraria as regras da UE, que proíbem o BCE de financiar déficits governamentais.

A cúpula da UE também acertou que países do bloco forneçam até 200 bilhões de euros em empréstimos bilaterais ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudá-lo a combater a crise, com 150 bilhões vindos de países do euro.

(Reportagem adicional de Catherine Bremer em Marselha, John O’Donnell e Jan Strupczewski em Bruxelas, Eva Kuehnen e Sakari Suoninen em Frankfurt, Terhi Kinnunen em Helsinque)

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