EUA registram criação de 77 mil empregos no setor privado em fevereiro
Essa é a menor criação de vagas desde julho de 2024. O dado já reflete incertezas econômicas com as políticas de Donald Trump

O mercado de trabalho americano desacelerou em fevereiro, com a criação de 77 mil empregos no setor privado em janeiro, segundo o relatório da ADP em parceria com o Stanford Digital Economy Lab. Esse é o menor nível desde julho, com comércio e transporte, assistência médica e educação, e informações mostrando perdas de empregos.
O dado veio bem abaixo do mês anterior, quando foram criadas 183 mil vagas, e também abaixo das expectativas do mercado, que projetava a criação de 141 mil.
“A incerteza política e uma desaceleração nos gastos do consumidor podem ter levado a demissões ou a uma desaceleração nas contratações no mês passado”, disse Nela Richardson , economista-chefe da ADP. “Nossos dados, combinados com outros indicadores recentes, sugerem uma hesitação na contratação entre os empregadores, à medida que avaliam o clima econômico à frente.”
Esse cenário já reflete as incertezas com a política tarifária do presidente Donald Trump. No entanto, ao encarecer as importações, as tarifas tendem a pressionar ainda mais a inflação, um problema persistente para a economia americana, que já convive com preços em alta, bem acima da meta do banco central americano, o Federal Reserve (Fed), de 2%.
Outro ponto de preocupação é o crescimento da renda, que aumentou 4,7% em fevereiro para aqueles que se mantiveram no mesmo emprego. A alta é ainda maior para aqueles que mudaram de emprego, de 6,7%, mas ligeiramente abaixo dos 6,8% registrado no mês anterior.
Esse aumento nos salários, embora positivo para os trabalhadores, adiciona mais pressão inflacionária. À medida que os salários sobem, os consumidores ganham mais poder de compra, o que, por sua vez, pode aumentar a demanda por bens e serviços, elevando os preços em um momento em que o Fed busca controlar a inflação.