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EUA: Mercado de trabalho desacelera e salário registra menor avanço em mais de 3 anos

O relatório ADP registrou a criação de 122 mil empregos privados em dezembro, a menor desde setembro, enquanto o crescimento salarial desacelerou para 4,6%

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jan 2025, 14h21 - Publicado em 8 jan 2025, 11h20

O mercado de trabalho dos Estados Unidos deu sinais claros de desaceleração em dezembro. Segundo o relatório ADP, os empregadores privados adicionaram apenas 122.000 novos postos de trabalho, uma queda expressiva em comparação a novembro, quando foram criados 146.000 empregos. Esse arrefecimento confirma uma tendência que já se desenhava: o setor industrial registrou seu segundo o mês consecutivo de retração, sinalizando dificuldades em uma área que tradicionalmente sustenta uma parte significativa da força de trabalho americana. Dos 122.000 novos empregos, 112.000 vieram do setor de serviços, enquanto o setor de produção de bens industriais acrescentou apenas 10.000.

A criação de empregos em dezembro foi a mais baixa desde setembro, quando foram gerados 143.000 empregos. Ao mesmo tempo, o crescimento salarial anual desacelerou para 4,6%, o ritmo mais fraco desde julho de 2021.

“O mercado de trabalho entrou em um ritmo de crescimento mais modesto no último mês de 2024, com desaceleração tanto nas contratações quanto nos ganhos salariais”, observou Nela Richardson, economista-chefe da ADP.

O relatório da ADP, baseado em dados de folha de pagamento de mais de 500.000 empresas, é um espelho do impacto das políticas monetárias mais rígidas adotadas pelo banco central americano, o Federal Reserve (Fed). Com o Fed elevando as taxas de juros para conter a inflação, as empresas têm adotado uma postura mais cautelosa em relação às contratações. Isso não apenas diminuiu a demanda por novos trabalhadores, mas também aliviou a pressão sobre os salários.

Um dado relevante do relatório foi o crescimento salarial para os que mudaram de emprego, que alcançou 7,1% em dezembro, uma leve queda em relação a novembro. Embora o percentual ainda seja elevado, essa redução sugere que mesmo os trabalhadores com maior poder de barganha começam a enfrentar desafios. Tradicionalmente, aqueles que trocam de emprego nos EUA conseguem aumentos salariais mais expressivos, mas essa tendência pode estar começando a enfraquecer, à medida que as empresas buscam conter custos em um ambiente de juros altos.

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A questão central agora é como o Fed reagirá a esses novos dados, isso porque o mercado tem registrado sinais mistos. O Jolts, divulgado ontem, e os pedidos de auxílio-desemprego continuam sinalizando que o mercado segue aquecido. Os pedidos iniciais de seguro-desemprego caíram para 201 mil, abaixo da previsão de 214 mil, e o número de vagas de trabalho em aberto no país subiu para 8,1 milhões em novembro, acima da expectativa.

A desaceleração salarial e na criação de empregos pode pavimentar o caminho para uma postura menos agressiva por parte do banco central, que já iniciou cortes nas taxas de juros. Até o momento, o Fed tem mantido o foco em controlar a inflação, ainda que isso signifique manter as taxas de juros elevadas por mais tempo. Na sexta-feira, será divulgado o relatório de empregos, o payroll, que pode fornecer uma visão mais abrangente do mercado de trabalho.

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