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Entidades do consumidor criticam cobrança de preços diferentes

As entidades lembram que a diferenciação de preços é uma prática considerada abusiva pelo Código de Defesa do Consumidor

Por Da redação
26 jun 2017, 15h59

Entidades de defesa do consumidor criticaram a lei sancionada hoje pelo presidente Michel Temer, que autoriza o comércio a praticar preços diferentes para o mesmo produto. O que vai influenciar na diferenciação de preço é o meio de pagamento utilizado (dinheiro ou cartão) e o prazo (à vista ou a prazo).

As entidades lembram que a diferenciação de preços é uma prática considerada abusiva pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).

“Ao elevar o preço do produto para quem paga com cartão, o lojista repassa ao cliente de forma indevida custos que são dele, como os relacionados à manutenção das máquinas e ao prazo imposto pela administradora para liberar os recursos”, afirma o Idec. “Tais custos já são levados em conta na definição do preço ‘normal’ do produto ou serviço.”

Apesar de o comércio se queixar do custo dos recebimentos com cartão de crédito, o Idec lembra que oferecer a possibilidade de utilizar novos meios de pagamento é uma estratégia para atrair mais clientes. “Portanto, os custos são inerentes à sua atividade comercial.”

Para o Procon-SP, há o risco de o comércio não criar nenhum desconto para o consumidor que pagar à vista, mas de se beneficiar da lei para praticar preços mais elevados de quem pagar com cartão.

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“Não há convicção de aplicação de desconto real ao consumidor que optar pagar em dinheiro. Nesta linha de raciocínio, o consumidor que pagar com cartão, além de já custear pela sua manutenção (anuidades e tarifas), irá arcar com despesas de responsabilidade do fornecedor”, afirma o Procon-SP.

Pesquisa do comércio

De acordo com a pesquisa do SPC Brasil e da CNDL, 31% dos micro e pequenos empresários dos ramos do comércio e serviços disseram ter percebido um aumento nos pagamentos realizados à vista entre seus clientes.  Quase um quarto (23%) dos varejistas consultados disse ter sentido algum benefício prático da nova medida, como aumento das vendas em dinheiro (17%), queda da inadimplência (4%) e diminuição nos pagamentos das taxas das máquinas de cartão (3%).

O levantamento mostra ainda que 77% dos varejistas consideram benéfica para o próprio negócio a possibilidade de oferecer descontos para pagamentos à vista.

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