Por Gheisa Lessa
São Paulo – A Caixa Econômica Federal tem em sua política de crédito não conceder verbas a empresas cadastradas, pelo Ministério do Trabalho e do Emprego, como aproveitadores de mão-de-obra escrava. A informação, que consta de nota distribuída pela CEF na tarde desta quinta-feira, responde ao Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre o caso de 90 operários em Fernandópolis, interior de São Paulo, encontrados em condição de escravidão.
No comunicado, a CEF destaca que a contratação dos funcionários que trabalharão em obras financiadas pelo órgão é de responsabilidade da construtora. Informa ainda que não foi notificada pelo Ministério do Trabalho sobre a situação dos operários em Fernandópolis, onde a obra faz parte do projeto do governo federal “Minha Casa Minha Vida”. O projeto recebe recursos do Ministério das Cidades, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Segundo a CEF, a obra é de responsabilidade da Construtora GECCOM. A reportagem até o momento não localizou um responsável dessa empresa para comentar o caso.
O trabalho escravo foi apurado quando os trabalhadores afirmaram ter uma jornada de 15 horas por dia na obra, sem o pagamento salarial. Segundo o MPT, o pagamento estava sendo feito aos poucos, por meio de vales. Outra denúncia investigada é a condição dos alojamentos.
Os agentes do MPT de Campinas, órgão que conduz as investigações do caso, efetuaram o resgate dos 90 trabalhadores e determinou a rescisão do contrato de todos os operários.