Em semana de Copom, mercado sobe projeção da inflação e da Selic
Esta é a sexta semana consecutiva de revisão no IPCA para este ano. Expectativa é de 3,96% para a inflação e de 10,5% na Selic, indicando fim dos cortes

Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central pioraram as projeções para inflação, taxa de juros e cortaram a estimativa para o PIB deste ano.
Segundo os dados coletados pelo Boletim Focus desta segunda-feira, 17, a taxa básica de juros da economia deve encerrar o ano a 10,5%, mesmo patamar atual. Ou seja, os investidores acreditam no fim do ciclo de cortes da Selic, iniciado em meados do ano passado. A piora do cenário fiscal e as expectativas de inflação desancoradas contribuem para o quadro. Há um mês, os analistas estimavam a Selic em 10% ao final de 2024. Para 2025, os analistas também subiram as projeções. A estimativa foi de 9,25% para 9,5%.
Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia sua decisão para os juros. Na última reunião, em maio, o colegiado diminuiu o ritmo de cortes de 0,5 para 0,25 ponto, por causa de incertezas no cenário fiscal e pioras nas expectativas de inflação aqui. De lá para cá, o quadro fiscal brasileiro teve uma piora. Além da revisão das metas de resultado primário neste ano e no próximo, houve um enfraquecimento da agenda fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, culminando na devolução de uma medida provisória sobre limitação de créditos tributários e desconfiança sobre a força de Haddad dentro do governo.
No Focus desta semana, o mercado traz a sexta revisão consecutiva para a inflação. A estimativa de IPCA subiu de 3,90% para 3,96% neste ano e de 3,78% para 3,80% no próximo. A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3% para 2024 e 2025, com margem de tolerância de até 4,5%.
Os analistas também revisaram, neste caso, para baixo. as projeções para o PIB deste ano. Segundo o Focus, a economia brasileira deve avançar 2,08% no ano, ligeiramente abaixo dos 2,09% projetados na semana passada. A projeção do governo é de um avanço de 2,5%.