Em crise cambial, Argentina pede ajuda financeira ao FMI
Macri disse que procurou diretora do fundo e, juntos, começarão a trabalhar em um acordo para solucionar os problemas financeiros do país
A Argentina está buscando um acordo de financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para conter a desvalorização do peso e a inflação de cerca de 20% ao ano – a meta do governo é chegar a 15%. Para lidar com esse cenário, o país elevou as taxas de juros – foram três altas na semana passada -, que atingiram 40%.
“Há poucos minutos falei com a diretora do FMI, Christine Lagarde, e ela confirmou que começaremos a trabalhar em um acordo hoje”, disse o presidente argentino, Mauricio Macri.
O movimento foi notável, dado que muitas pessoas no país ainda culpam o FMI pelas políticas que causaram um colapso financeiro e econômico em 2001 e 2002 que levou milhões de argentinos de classe média à pobreza.
“Isso nos permitirá fortalecer nosso programa de crescimento e desenvolvimento, dando-nos maior suporte para enfrentar este novo cenário global e evitar crises como as que tivemos em nossa história”, disse Macri ao defender sua decisão de recorrer ao FMI.
O mercado acionário local reagiu positivamente às declarações de Macri. O índice Merval, que começou o dia em baixa de 5,3%, reduziu as perdas para 1,6%. O peso passou a recuar 1,92%, a 22,4 por dólar, após Macri falar. Mais cedo, ele havia caído 6,5%, para a nova mínima recorde de 23,5 pesos por dólar.
“Uma linha de crédito do FMI é a opção menos cara para o crescimento na Argentina. Isso ajudará a reduzir o risco país”, escreveu no Twitter Miguel Kiguel, ex-secretário de Finanças argentino que dirige a consultoria Econviews.
Macri foi eleito no fim de 2015 com uma plataforma favorável a investimentos após oito anos de comando de Cristina Kirchner.