Economia do Japão entra em recessão após encolher 0,4% no 3º tri
Resultado fraco deve fazer com que o premiê Shinzo Abe adie o aumento de impostos e convoque eleições antecipadas para permanecer no poder
A economia do Japão entrou em recessão, depois de encolher 1,6% no terceiro trimestre na comparação anual e 0,4% na comparação trimestral. O resultado frustrou as previsões de uma modesta recuperação econômica depois de uma severa retração entre abril e junho e consolidou as expectativas de um adiamento do aumento de impostos no próximo ano. Economistas consultados pela agência Reuters esperavam crescimento de 2,1% na comparação anual e de 0,5% na comparação trimestral.
O premiê Shinzo Abe disse que a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) nesta segunda-feira seria a chave para sua decisão sobre o o aumento do imposto sobre o consumo para 10% em outubro do próximo ano. A decisão era esperada para até o final deste ano. O segundo trimestre consecutivo de contração reforça os sinais de que o Japão tem mostrado recuperação lenta do consumo depois do primeiro aumento de impostos em abril.
O aumento do imposto de 5% para 8% em abril fez com que a terceira maior economia do mundo tivesse retração de 7,3% no segundo trimestre, a maior queda desde a crise financeira global.
Leia também:
Prévia do PIB avança 0,59% no 3º trimestre
PIB da zona do euro cresce 0,2% no 3º trimestre
Economia americana cresce 3,5% no 3º trimestre
Eleições antecipadas – Uma autoridade próxima ao premiê disse à Reuters que Abe também convocaria uma eleição geral, em uma tentativa de continuar no poder. A recessão é um grave revés para a política econômica de Abe, que deve anunciar na terça-feira a dissolução da Câmara Baixa do Parlamento e convocar eleições antecipadas para o próximo mês, dois anos antes do fim da legislatura. De acordo com a imprensa, a votação pode acontecer em 14 ou em 21 de dezembro. Mas com a ausência de uma oposição forte, analistas políticos acreditam que a vitória do partido de Abe é praticamente certa nas eleições antecipadas.
(Com agência Reuters e France-Presse)