Dólar tem forte queda após anúncio de tarifas de Trump; Ibovespa fecha estável
Republicano anuncia detalhadamente tarifas recíprocas para cada país em discurso na Casa Branca; Brasil terá menor alíquota

Após decisões concretas tomadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciadas ontem na Casa Branca no chamado “Dia da Libertação”, o dólar fechou em firme queda de 1,23%, cotado a R$ 5,628. Já o Ibovespa, principal índice da B3, marco movimento perto da estabilidade no fim do pregão, aos 131.140 pontos, de olho nas reverberações do novo capítulo do “tarifaço”.
No cenário internacional, os negócios se movimentaram de olho nas tarifas recíprocas impostas e confirmadas pelo presidente por Trump a outros países. Após o fim do pregão de ontem, o republicano discursou na Casa Branca e divulgou a direção que os país vai tomar em relação à nova etapa da guerra comercial.
As regiões mais afetadas pelas tarifas foram a Ásia e o Oriente Médio, com taxas que ultrapassam os 35%, como para a Tailândia, o Bangladesh e o Sri Lanka. Para o Brasil, serão cobradas tarifas de importação de “somente” 10%.
Em um movimento de alívio do mercado pela visão de que o Brasil foi “menos afetado” pelas tarifas, a moeda americana despencou ante ao real durante o pregão de hoje. Além disso, o mercado de câmbio refletiu a busca por outras oportunidades de investimento ao redor do mundo pelos estrangeiros, diante dos receios de que as medidas de Trump levem a economia americana a uma recessão.
No cenário, os investidores aguardam a divulgação do Payroll, o relatório de emprego dos Estados Unidos, que acontecerá amanhã. O documento é fundamental para guiar as decisões do Federal Reserve, o banco central americano, sobre a política monetária do países.
No Brasil, ainda sobre o tópico do “tarifaço”, a Câmara dos Deputados aprovou a Lei de Reciprocidade Econômica, que autoriza a Câmara de Comércio Exterior (Camex) a adotar medidas contra países que dificultem a entrada de produtos brasileiros em seus mercados, como sobretaxas e barreiras não-alfandegárias.
No mercado de commodities, o petróleo e o minério de ferro operam em queda, o que incentivou a bolsa brasileira a fechar no “zero-a-zero”, diante do reflexo para ações de grande peso no índice, como Petrobras e Vale, que acabaram suprimindo o ritmo positivo registrado em outros papéis.