Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Dólar sobe e ultrapassa os R$ 5 pela primeira vez desde outubro

Câmbio é influenciado pela Super Quarta: mudança no cenário de juros nos EUA e preocupações políticas no Brasil ajudam a pressionar a moeda

Por Camila Barros Atualizado em 18 mar 2024, 17h51 - Publicado em 18 mar 2024, 17h48

O dólar comercial fechou esta segunda-feira, 18, em alta de 0,6%, a 5,02 reais ultrapassando a marca dos 5 reais pela primeira vez desde outubro de 2023. A moeda americana tração às vésperas da Super Quarta, dia em que os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos tomam suas decisões de política monetária.

Segundo analistas, o dólar tem se fortalecido à medida que o cenário de queda de juros nos EUA se torna mais incerto. Nos últimos meses, dados de crescimento e mercado de trabalho aquecidos, ao lado de números de inflação ainda distantes da meta do Fed, aumentaram o ceticismo do mercado em relação a possíveis cortes nos juros. Divulgado na semana passada, o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) teve alta anual de 3,8% em fevereiro – acima da expectativa de 3,7% e bem maior do que a meta de 2%. 

Atualmente, 99% dos agentes de mercado acreditam que a taxa de juros permanecerá intacta aos 5,50% na reunião desta quarta-feira, de acordo com dados da ferramenta FedWatch. Para a maioria dos investidores (55,9%), o afrouxamento monetário só deve começar em junho. Trata-se de um aumento de pessimismo em relação ao início de 2024, quando quase 70% do mercado apostava em quedas ainda em março. Além disso, agora, cresce a expectativa de que os membros do BC americano sinalizem menos cortes nos juros neste ano.

“Nos EUA, você tem uma economia dinâmica, que cresce produtiva, e ao mesmo tempo entrega uma taxa de juros alta. Isso acaba atraindo o dinheiro para os Estados Unidos e afugentando o dinheiro do Brasil”, afirma Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos. Por aqui, sem grandes surpresas em dados recentes, a expectativa é de que o Copom mantenha seu ritmo de cortes de 0,50 p.p nas próximas reuniões.

Continua após a publicidade

O dólar ganha força também no cenário internacional. O índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de moedas de países desenvolvidos, subiu 0,17% na sessão desta segunda. No acumulado de 2024, a alta é de 2,16%.

Impacto político 

No front político, as tentativas de interferência do governo na Petrobras e a preocupação com o cenário fiscal também pesam para a depreciação do real. Segundo Marco Caruso, economista-chefe do PicPay, as pesquisas que mostram a queda de popularidade do presidente Lula ligam um sinal de alerta no mercado. “Historicamente, quando um governante vê um pouco de deterioração na sua popularidade, muitas vezes abre-se o cofre para gastar. E o Brasil não tem esse espaço fiscal para fazer isso. Por isso, há essa preocupação sobre uma nova rodada de deterioração nas questões fiscais brasileiras”, diz.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.