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Dólar sobe a R$ 3,85, maior valor em um mês, com tensão entre EUA e China

Anúncio de novas tarifas a produtos chineses por Donald Trump também segurou desempenho da bolsa, que fechou em leve alta de 0,31%

Por André Romani 1 ago 2019, 18h05

O dólar comercial subiu 0,7% e terminou cotado a 3,85 reais na venda nesta quinta-feira, 1°, o maior valor desde o dia 02 de julho, influenciado pelo anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da imposição de novas tarifas aos produtos chineses. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve leve alta de 0,31%, aos 102.125 pontos, com as tensões entre as duas principais economias do mundo segurando o otimismo dos investidores, após corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros do Brasil, a Selic, na quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

A moeda americana abriu o dia em alta, com viés influenciado pelo exterior. Pela manhã, o Instituto para Gestão do Fornecimento divulgou que o setor industrial dos Estados Unidos expandiu em julho, mas o ritmo de crescimento desacelerou para o nível mais fraco em quase três anos. Além disso, os investidores ainda refletiam o corte do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) na quarta-feira, de 0,25 ponto percentual na taxa de juros do país. Apesar de ser a primeira redução em dez anos, o mercado esperava sinais mais claros de novos cortes.

A tendência, portanto, que já era de leve alta no câmbio se confirmou no período da tarde, com o anúncio feito por Donald Trump. Segundo ele, os Estados Unidos vão impor tarifas adicionais de 10% sobre 300 bilhões de dólares em produtos chineses. A atitude de Trump surpreendeu o mercado, já que representantes dos dois países conversaram em Xangai nesta semana visando um acordo para o fim da guerra comercial. Além disso, uma nova reunião foi marcada para setembro. O presidente justificou a elevação das taxas comerciais com o argumento de que os chineses não cumpriram algumas de suas promessas, como a importação de um volume maior de produtos agrícolas estadunidenses.

Já o Ibovespa, voltou-se ao cenário interno pela manhã nesta quinta, com otimismo pelo corte de 0,5 na Selic divulgado após o fechamento do mercado. No entanto, a alta que chegou a ser de 2% foi contida pelo anúncio de Trump na parta da tarde. No final, o índice fechou com leve alta. “Logo depois que o Trump falou virou tudo lá fora. Os receios voltaram de desaceleração global”, afirma Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset.

No noticiário corporativo, também influenciou o balanço divulgado pela Vale após o fechamento da sessão de quarta. A mineradora registrou perdas de 133 milhões de dólares no intervalo de abril a junho, devido às novas provisões relacionadas à tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. A ruptura da barragem da Vale em Brumadinho aconteceu em 25 de janeiro deste ano. A tragédia deixou ao menos 248 mortos. Outras 22 pessoas são consideradas desaparecidas pelas autoridade de Minas Gerais.

O prejuízo é o segundo consecutivo, depois da perda de 1,6 bilhão de dólares nos três primeiros meses do ano. O papel ordinário da empresa foi o segundo mais negociado do índice, com queda de 2,83%.

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