Dólar recua e Ibovespa opera em baixa em meio ao conflito entre Irã e Estados Unidos

Bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde 20% da produção de petróleo é transportada, pode ser aprovado pelo líder do Irã

Por Leticia Yamakami SEGUIR SEGUINDO 23 jun 2025, 17h18

O Ibovespa abriu o pregão com queda de pouco mais de 1% e ampliou as perdas — Ibovespa (AFP/VEJA)

Nesta segunda-feira, 23, o dólar encerrou em baixa de 0,40%, cotado a 5,50 reais, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, operava em queda de 0,64% próximo ao fim do pregão, aos 136.239 pontos. Hoje, os negócios se movimentaram em meio aos novos desdobramentos da guerra envolvendo o Irã, que agora conta com intervenção direta dos Estados Unidos.

No exterior, investidores operaram com cautela durante o dia após os Estados Unidos terem atacado instalações nucleares do Irã neste sábado, 21, e o país persa ter revidado ao atacar bases militares norte-americanas no Catar e no Iraque. A escalada no conflito não pressionou o preço do barril de petróleo, o que influenciou na queda dos papéis da Petrobras, uma das companhias mais influentes para os negócios, que fecharam em queda de 2,65%.

O mercado aguarda novas atualizações sobre o bloqueio do Estreito de Ormuz, que foi aprovado pelo Parlamento do Irã, mas ainda precisa do aval de aiatolá Kahmenei, líder supremo do país. Atualmente, 20% da produção mundial de petróleo é transportada por meio do Estreito de Ormuz. Portanto, se a medida for aprovada, ela pode acarretar em uma redução da oferta do combustível e em um consequente aumento nos preços do barril, que devem se acomodar entre 70 e 85 dólares.

No cenário doméstico, os negócios reagem, embora com pouco destaque, às projeções atualizadas para a economia brasileira em 2025, após a decisão do Comitê de Política Monetária de aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual – de 14,75% para 15%. Segundo o Boletim Focus da semana, que contém projeções de economistas consultados pelo Banco Central, a estimativa para a inflação caiu levemente de 5,25% para 5,24%. A expectativa para o PIB cresceu de 2,20% para 2,21%.