Dólar fecha acima de R$ 3,20 e bolsa cai com preocupações com a China
Desconfianças sobre a solidez do mercado chinês elevaram as incertezas sobre os emergentes, impactando a moeda americana
O dólar avançou pela quarta sessão consecutiva e fechou acima de 3,20 reais pela primeira vez em mais de três meses, com investidores refugiando-se na segurança da moeda norte-americana diante de preocupações com a desaceleração da economia da China.
O dólar avançou 1,61%, a 3,23 reais na venda, maior patamar de fechamento desde 27 de março, quando ficou em 3,24 reais. Nas quatro últimas sessões, a divisa acumulou alta de 4,45%. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 700 milhões de dólares.
A quarta-feira começou turbulenta na bolsa de Xangai, que recuou quase 6% com investidores inseguros com a capacidade do governo chinês em honrar as promessas de investimento, em especial em infraestrutura. Investidores também questionam a solidez do novo caminho econômico de Pequim, de estímulo ao consumo interno em vez do foco maciço em exportações.
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As autoridades chinesas rapidamente agiram para conter a sangria das bolsas, reafirmando compromisso em manter investimentos. Uma das medidas tomadas nesta quarta foi a proibição, pela autoridade reguladora do mercado de capitais, que acionistas controladores que possuíssem mais de 5% de uma empresa vendessem suas ações nos próximos seis meses. Bancos chineses também ampliaram limite de crédito para a compra de ações e estatais foram impedidas de negociar ativos em bolsa.
Nesse contexto, o dólar se fortalecia em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano. No Brasil, o movimento foi muito mais intenso.
Em junho, a divisa norte-americana acumulou queda de 2,46% em relação ao real, após ter saltado quase 20% neste ano até o fim de maio.
A BM&FBovespa fechou em queda de 1,07%, a 51.781 pontos, impactada por Vale e Gerdau, que sofreram as consequências das desconfianças em relação à China. As ações da preferenciais da Vale recuaram 4%, enquanto as da Gerdau caíram 2,3%, sob o efeito da queda de 11% no preço do minério de ferro.
(Com Reuters)