Dólar encerra o dia cotado a R$ 5,75 com demora pelo pacote fiscal
A moeda americana tem apresentado alta volatilidade, refletindo as incertezas em torno do cenário fiscal do governo Lula
O dólar ganhou força nesta segunda-feira, 11, encerrando o pregão cotado a R$ 5,75, após atingir uma máxima de R$ 5,81 durante o dia. A moeda americana tem apresentado alta volatilidade, refletindo as incertezas em torno do cenário fiscal do governo Lula. O aguardado pacote de ajuste fiscal entrou em sua terceira semana de negociações, após a promessa de que seria anunciado logo após as eleições municipais.
“Hoje a gente teve o efeito Trump, o famoso Trump Trade, com o dólar subindo no mundo bem forte”, diz Rodrigo Cohen, co-fundador da Escola de Investimentos. “A indefinição sobre quando o pacote de corte de gastos será anunciado também tem deixado o mercado bem apreensivo”, pontua.
Na semana anterior, o dólar chegou a R$ 5,86 em meio à reeleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, a maior pressão veio da indefinição sobre o pacote fiscal. A viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa aumentou a tensão no mercado e fez a moeda subir ao maior patamar desde 2020, o que fez o ministro, a pedido de Lula, cancelar a viagem em um esforço para que o governo chegasse a um acordo e apresentasse medidas concretas de corte de gastos.
O Ibovespa também foi impactado pelas incertezas fiscais e encerrou o pregão aos 127,8 mil pontos.
O Boletim Focus trouxe uma piora nas projeções de inflação, que subiu pela sexta semana consecutiva, de 4,59% para 4,62%. O mercado operou com cautela, aguardando a divulgação da ata do Copom, prevista para amanhã, que deve fornecer sinalizações sobre os próximos passos da política monetária. Na última reunião, o colegiado elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, levando a taxa para 11,25%. O documento será essencial para entender os riscos considerados pelo Banco Central para as próximas decisões.
Além disso, as commodities pesaram no índice, com quedas significativas nos preços do petróleo e do minério de ferro.