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Dólar acumula queda de 2,4% em semana marcada por ajuste; Ibovespa fica estável

Alívio no mercado de câmbio derruba preço da moeda americana após Trump declarar conversa 'amigável' com Xi Jinping

Por Leticia Yamakami Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 jan 2025, 18h33 - Publicado em 24 jan 2025, 17h58

Seguindo o padrão de correção de preços ao longo da semana, o dólar fechou em baixa de 0,13%, aos 5,91 reais, nesta sexta-feira, 24. É o terceiro dia consecutivo em que a moeda é cotada abaixo dos 6 reais. A acomodação de preços após a onda de busca por proteção recente levou o dólar a acumular queda de 2,4% na semana, a maior desde agosto de 2024. No mercado de bolsa, o Ibovespa, principal índice da B3, fechou perto da estabilidade, em leve queda de 0,03%, aos 122.446 pontos.

No cenário internacional, a percepção de risco por parte dos investidores continua menor. Durante o dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que sua recente conversa com Xi Jinping, presidente da China, foi amigável e que ele acredita que será possível chegar a um acordo comercial com a potência asiática. O aceno de Trump a uma trégua comercial logo no começo do mandato, após uma corrida eleitoral tomada por discursos duros contra diversos países, é um sinal verde para investidores desmontarem parte das operações de proteção em ativos considerados fortes, como o dólar, e aceitar a tomada de risco em países mais arriscados, como emergentes.

“O mercado parece estar em um momento de ajuste, calibrando discursos e dados econômicos”, afirma Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital. “No curto prazo, a pressão inflacionária interna e o ambiente externo ainda indefinido devem manter o Ibovespa sob volatilidade. Contudo, o alívio do dólar pode ser um ponto positivo para mitigar quedas mais acentuadas.”

Para Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, havia grande expectativa dos investidores com a posse de Trump para seu segundo mandato, com anúncio de medidas prometidas já para os primeiros dias de governo. Elas foram colocadas na mesa, mas a leitura foi de que, apesar de aumento de tarifas, principalmente contra o México, o Canadá e a China, o objetivo é diferente do primeiro mandato. “Esses aumentos estão sendo colocados como ferramenta de negociação, e não de instrumento de guerra comercial aberta como foi no primeiro mandato”, afirma ele. “Isso está aliviando a percepção de risco. É uma vitória da ala mais moderada da equipe econômica.”

No mercado nacional, a bolsa reage à divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que funciona como “prévia” do indicador oficial da inflação no Brasil. “O resultado do IPCA-15 pressionou a curva de juros e gerou uma pressão baixista na bolsa”, afirma Luiz Felipe Bazzo, diretor do transferbank. O dado de janeiro mostrou inflação de 0,11%, acima do previsto pelos analistas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de alimentação e bebidas foi o maior responsável pela inflação de janeiro, com alta de 1,06%.

Apesar da dinâmica da inflação, que segue preocupando o mercado, o “efeito Trump” contribuiu para o alívio na pressão vendedora na bolsa, com espaço para alta do Ibovespa. “A retórica de Trump tem sido mais branda e ajudou a ter uma descompressão geral do risco”, afirma Bruno Benassi, analista de Ativoe da Monte Bravo. “Esse cenário ajuda a dinâmica de outros mercados, mesmo em um dia em que o IPCA-15 foi ruim, indicando que as pressões inflacionárias devem continuar e levar o Banco Central a chancelar as duas altas de 100 pontos (1 ponto percentual nas próximas reuniões).”

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