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Do tarifaço ao alívio: Brasil volta ao jogo no mercado americano

A retirada parcial das tarifas por Trump alivia a tensão diplomática e devolve fôlego às exportações brasileiras

Por Veruska Costa Donato 21 nov 2025, 11h22

O anúncio do presidente Donald Trump de retirar parte das tarifas extras aplicadas a produtos brasileiros reacendeu o debate sobre os impactos do tarifaço na economia. Em entrevista à jornalista Veruska Donayo, no Programa Mercado, os economistas Daniel Telles, da Valor Investimentos, e Felipe Cima, da Manchester Investimentos, afirmaram que a decisão representa um primeiro passo para normalizar as relações comerciais entre os dois países — relações que, nos últimos meses, sofreram forte desgaste e provocaram insegurança nos mercados.

Daniel Telles destacou que, apesar do choque inicial causado pelas sobretaxas impostas pelos EUA, grandes exportadores brasileiros conseguiram reorganizar rotas comerciais, ampliar vendas internas e buscar alternativas no Mercosul. A reversão parcial das tarifas, diz ele, “devolve viabilidade” a exportações tradicionais como café e carne, além de reduzir o risco diplomático que havia se tornado “prejudicial para uma economia tão dependente de comércio exterior quanto a brasileira”.

O economista também ressaltou que o movimento ocorre em um contexto de maior previsibilidade: “É um sinal de que as negociações voltaram ao trilho”, afirmou Telles. Para ele, a nova postura da Casa Branca tende a ser bem recebida pela Bolsa e reforça a competição entre mercados compradores de produtos brasileiros — um fator que deve favorecer preços e volumes exportados.

Já Felipe Cima avaliou que a retirada da alíquota tem relação direta com a pressão inflacionária nos Estados Unidos. Com a projeção de que a inflação americana só retorne à meta em 2027, segundo ele, taxar alimentos brasileiros — como café, carne, açúcar e etanol — seria “atacar um ponto sensível para o consumidor americano”. Ainda assim, Simão alerta que a negociação está longe de terminar: setores como açúcar e etanol seguem no centro das discussões e não devem ter solução rápida.

Embora o governo brasileiro tenha manifestado otimismo ao prever até três meses para o fim total das sanções, Simão considera esse prazo improvável. “Os Estados Unidos retiraram a tarifa porque era interessante para eles. Daqui em diante, será passo a passo”, afirmou. Para ele, o simbolismo da medida ajuda a distensionar a relação bilateral, mas não elimina os impasses estruturais.

Com a reaproximação, exportadores brasileiros voltam a enxergar oportunidades — mas cientes de que as tratativas seguem abertas. “Política e economia não têm mágica”, já havia dito o presidente brasileiro no início da semana. Para os economistas ouvidos, justamente por isso, cada gesto importa — especialmente quando parte da maior economia do planeta.

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