Depois de bater R$ 6,20, dólar encerra a R$ 6,09; Ibovespa sobe
Intervenção do BC e entrada de um dos projetos de lei ligados ao pacote de corte gastos melhoraram os indicadores do mercado

Depois de bater o marco histórico de 6,20 reais na manhã desta terça-feira, 17, o dólar encerrou perto da estabilidade, negociado a 6,09 reais. Em linha com a melhora do ambiente de negócios para ativos brasileiros, o Ibovespa segue em alta acima de 1% nesta tarde, aos 124.805 pontos.
Em mais um dia marcado pela volatilidade da divisa americana, o Banco Central realizou intervenções com leilões à vista para tentar conter a disparada da moeda, a partir da injeção de dinheiro no mercado de câmbio. No início da tarde, o BC vendeu 2,015 bilhões de dólares. No leilão, o BC aceitou 22 propostas a uma taxa de 6,15 por dólar. Durante a manhã, o BC já havia vendido 1,272 bilhão de dólares.
Segundo Rodrigo Marcatti, economista e diretor da Veedha Investimentos, a intervenção do BC com leilão de dólares combinada à notícia de que os parlamentares vão votar a regulamentação da reforma tributária e de um dos projetos do pacote fiscal, o PLP 210, nesta terça-feira, foi fundamental para a melhora no cenário.
“Isso trouxe um pouco de melhora em todos os indicadores, a bolsa subindo perto de 1% o dólar nesse momento voltando para um patamar de 6,09, bem distante da máxima que fez em 6,20. E os juros futuros também: a maioria dos vértices caindo um pouco, principalmente a ponta mais longa”, explicou o economista à VEJA.
Na pauta do Congresso, o PLP 210 é um projeto de lei complementar que impõe travas para concessão de créditos tributários em caso de déficit. O texto também permite que o Executivo bloqueie ou contingencie a concessão dos créditos tributários, na proporção de congelamento de outras despesas não obrigatórias.
“Aparentemente a Câmara atendeu a esse pedido e está tentando dar mais celeridade para que isso seja aprovado logo e traga um pouco de calmaria para o mercado e o BC está usando as armas que pode para tentar minimamente diminuir a volatilidade”, diz o diretor da Veedha Investimentos.